Quarta-feira, 21 de Novembro de 2012

A lição papal... ou como afinal o sexo não tem importância nenhuma

 

 

 

Já não é a primeira vez que o sexo é tema central do que escrevo. Já o fiz por variadas vezes, falando do orgasmo, da pornografia, das práticas sexuais e até da virgindade. Hoje volta a ser essa a minha preocupação enquanto escrevo estas parcas palavras que assaltam a minha mente desde que li a notícia que publicita o mais recente livro publicado pelo Papa Bento XVI.

 

No último dos seus volumes sobre Jesus – A Infância de Jesus – Bento XVI afirma que “Maria é um novo início; o seu filho não provém de um homem, mas é uma nova criação: foi concebido por obra do Espírito Santo” assegurando assim que ela seria virgem e ainda mais grave, que afinal no local de nascimento de Jesus não existiriam animais.  Se esta última afirmação transforma por completo os presépios muito utilizados na época natalícia, a primeira declaração cola-se a outra feita pela autora, também de uma trilogia – As cinquentas Sombras de Grey – E. L. James.

 

Na trama literária desta obra, “Christian Grey, belo, rico e dominador, (…)"por amor" (…) a uma rapariga virgem abdica do estilo de vida sadomasoquista que tinha”. Segundo o que tenho ouvido dizer, pois ainda não li tão famosa obra, a escrita está impregnada de cenas de cariz erótico muito intensas, que na opinião de muitos não é nada mais nem menos do que pornografia disfarçada. Também são os muitos que afirmam que As Cinquenta Sombras de Grey têm desempenhado um papel crucial no desenvolvimento de novas competências sexuais um pouco por todo o mundo.

 

Já todos o leem, principalmente as mulheres, qualquer que seja a sua idade e já nem o escondem quando o folheiam em público. Pelos vistos passou a ser um símbolo de afirmação pessoal e um vetor de desinibimento perante a sociedade em geral. Mas a situação curiosa é que a autora afirma durante a sessão de autógrafos em Portugal, que na realidade o que as mulheres querem é alguém que as ajude a lavar a louça e que meta a sua roupa para lavar na máquina.

 

De certeza que E. L. James é uma enviada do Papa para espalhar a fé e que tudo o que ela fez com o marido no âmbito da pesquisa para este livro não passou de uma grande badalhoquice que lhe valeu penitências de mais de 300 Avé-Marias e 500 Pai Nossos.

publicado por Veruska às 15:25

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Quarta-feira, 25 de Abril de 2012

Um suplemento de cálcio... ou como quem erra é quem devia fazer tudo bem


 

 

O Calcitrim é um suplemento alimentar de cálcio anunciado em vários programas televisivos em directo. A determinada altura, o programa é interrompido, o apresentador ou apresentadora dirige-se a uma bancada onde se encontra uma bonita rapariga com ar simpático que explica, utilizando linguagem acessível, o que acontece aos nossos ossos com o passar dos anos e como esses efeitos podem ser atenuados com a toma destas pílulas.

 

            O apresentador ou apresentadora mostra um encenado interesse pelo produto e entabula questões que não passam de repetições do que já foi dito pela promotora.  Tudo é feito de forma simples, clara e objectiva. Não sei se vendem muitas embalagens do produto em questão, mas o que é certo é que jamais o compraria; o que anunciam não passa de uns simples comprimido com cálcio que, quase de certeza, pode ser adquirido em farmácias ou parafarmácias por um preço mais acessível e com a garantia de que todo o processo produtivo decorreu de acordo com as normas que regulamentam essa área de negócios.

 

            Parece-me que toda a propaganda assenta em realidades inegáveis, no entanto, a desconfiança sobre quem vende o Calcitrim, onde é fabricado, quais os procedimentos de qualidade e muitas outras coisas, despertam em mim ainda maior vontade de nunca me aproximar de tais pílulas. A desconfiança é o sentimento que impera cada vez que vejo o espaço de anúncio ao Calcitrim e a todos os produtos anunciados pela mesma empresa.

           

O discurso proferido pelo Presidente da República, Cavaco Silva, nas comemorações do 25 de Abril deste ano sofreu do mesmo mal. Das suas palavras sobressaíra duas - a credibilidade e a potencialidade. Estes dois adjectivos utilizados para caracterizar Portugal, transmitiram a ideia de um país com valor e pronto para qualquer desafio, ideia confirmada pela lista de exemplos positivos com a qual fomos brindados. Foram focados vários domínios, desde a Ciência e Tecnologia até à Cultura, passando pela Economia.  Destacaram-se também algumas personalidades como arquitectos e cineastas.

 

Tal como no Calcitrim, a comunicação foi simples, clara e objectiva e ninguém duvida do valor dos que foram nomeados nem da importância do que já muito foi alcançado pelos portugueses.  Mas também, tal como no Calcitrim, a desconfiança sobre quem gere o país é enorme e a certeza de que o que o Governo faz assenta em procedimentos pouco claros que se afastam dos parâmetros definidos é quase absoluta.  

 

publicado por Veruska às 19:20

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Domingo, 19 de Outubro de 2008

Afinal os americanos até se assemelham aos portugueses... ou como o sonho americano se desvanece

 

 

 

Nestes dias de crise que antecedem as eleições presidenciais americanas tenho pensado no que aproxima e afasta portugueses e americanos. Desde muito miúda que a nação americana me é apresentada em formato de sonho fabricada à custa de tantos filmes, programas televisivos e música.  Mas à medida que fui crescendo percebi que afinal essa América imaginada em muito pouco se assemelhava à real. Actualmente posso afirmar sem qualquer dúvida que Portugal é em muito superior aos EUA já que apresenta um maior índice de modernidade e uma ainda maior cultura de gestão empresarial.
 
Qualquer pessoa minimamente atenta ao que se passa já deve ter ouvido falar de um senhor apelidado pela comunicação social por Joe, O Canalizador.  Este senhor nos últimos dias teve direito aos seus 15 minutos de fama quando, numa acção de campanha de rua, questionou Barack Obama sobre os impostos que iriam incidir sobre a empresa que planeava comprar. Na sequência da questão colocada por Joe, Barack Obama explicou com bastantes detalhes o plano fiscal que pensa introduzir caso saia vencedor. É aqui que surge o primeiro indicador de modernidade portuguesa – em toda a reportagem noticiosa não se vê um único apoiante a sorrir para a câmara e a falar ao telemóvel.  Registe-se esta atitude tão pouco empreendedora dos americanos e tão comum junto dos portugueses que são “apanhados” em filmagens de exterior.
 
Logo de imediato, analistas e “orientadores de opinião” compararam Joe, O Canalizador ao portuguesíssimo  Zé Povinho. Também aqui superamos os americanos ao manifestar um maior sentido de cultura empresarial: sendo o Zé Povinho uma espécie de “faz-tudo” não se limita só às instalações sanitárias, caleiras e canalizações e por essa razão consegue abranger mais áreas de interesse. 
 
Nos dias que se seguiram descobriu-se que afinal Joe, O Canalizador não tem licença para desempenhar a profissão, até é conhecido por Sam e provavelmente foge aos impostos. Mais uma vez Portugal detém a supremacia, pois desafio qualquer um a indicar-me um canalizador que passe factura das reparações que faz (posso parecer dura demais e até um pouco amarga, mas neste momento estou a carpir o dinheiro que paguei a um “faz-tudo” para me desencarcerar da minha própria casa e do recibo ainda não há notícia; acho que vou ter de denunciá-lo à ASAE). Mais um ponto a favor de Portugal: ainda os EUA não eram uma nação já a corrupção estava bem instalada entre nós.
 
Mas como tudo nesta vida está relacionado e o tema da canalização parece estar na ordem do dia, lá descubro eu que um grupo de alunos universitários ganha um concurso de empreendedorismo. Estes jovens pretendem aplicar em Portugal um sistema de concepção americana de reutilização de água dos lavatórios nos autoclismos. A ideia pode ser americana, mas quem é que quer aplicá-la?  Os portugueses! Ai, pois é!
 
publicado por Veruska às 17:07

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Domingo, 12 de Outubro de 2008

Portuguesa por fora, mas islandesa por dentro...ou como a crise financeira me está a afectar

 
Sou uma pessoa interessada pelo mundo que me rodeia e, como gosto de pensar, minimamente informada.  Neste momento não se fala de outro assunto que não seja a crise financeira mais agravada nos EUA embora seja um problema global. Em virtude de ter uma vida social intensa (por incrível que pareça é mesmo possível ter uma vida social intensa no Algarve…) e uma rotina diária que começa cedo e acaba tarde, raramente vejo noticiários.  Por essa razão, o meu conhecimento da realidade restringe-se à leitura de algumas revistas que, muitas vezes, é feita já muito depois de terem estado nas bancas (sinto-me triste por não conseguir dar vazão às publicações que chegam à minha caixa de correio e a todas as outras que compro…) e à consulta de alguns sites.
 
Numa destas noites chego a casa e ao ligar o televisor sou confrontada com a ideia de que a Islândia poderia estar na bancarrota. Pareceu-me impossível o país da Bjork, dos vulcões e com um dos maiores índices SWB (subjective well-being = índice da felicidade) do mundo estar numa situação tão grave. Na altura não sabia ainda porquê, mas tal notícia em conjunto com a crise financeira mundial não suscitou em mim qualquer tipo de preocupação nem sequer a vontade de discutir o assunto com os amigos; pura e simplesmente o assunto não me interessava – não tenho dinheiro investido em acções, nem sequer tenho uma poupança digna desse nome e por isso um crash financeiro se calhar até era uma coisa boa!
 
É a partir dessa altura que sinto que dentro de mim algo estava a mudar: a vontade de não levar trabalho para casa, a urgência em arrumar o meu escritório (arrumar à séria; dividir as coisas em montes já não me satisfazia), o prazer em ensacar quilogramas de papel para reciclar e até o desejo, embora tímido, de deitar algumas roupas fora. Não sei se eram os chakras que estavam finalmente alinhados ou se seria a alma que estava definitivamente limpa, mas sentia-me cada vez melhor. Esta sensação de bem-estar levou até a uma ida a um Spa para fazer uma sessão de talassoterapia (só posso dizer que foi muito bom; houve jactos de água que se aventuraram por caminhos cujo acesso se faz apenas com autorização expressa da interessada).
 
Foi aqui que percebi que afinal eu sou muito melhor que qualquer islandês ou islandesa: o mar está diariamente presente na minha vida, o Sol é uma constante seja Verão ou Inverno e também eu estou quase na bancarrota. Agora sim, tenho a certeza de que sou uma pessoa muito feliz.
 
publicado por Veruska às 12:45

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Sábado, 27 de Setembro de 2008

Ainda de volta das vaginas artificiais caseiras...ou como estou cheia de medo

 

 
Acabei de saber que Portugal vai vender 1 milhão de computadores Magalhães à Venezuela. Claro que estou feliz com o facto, pois compreendo perfeitamente que é muito importante para a nossa economia aumentar as exportações.  Mas, no entanto, existem duas questões que assolam a minha mente:
- Porquê exportar os computadores Magalhães?
- Porquê exportar para a Venezuela?
 
Em relação à primeira questão é muito fácil a resposta. É sem qualquer dúvida que afirmo que o Presidente Hugo Chávez leu o meu anterior post e como admirador de vaginas que é decidiu, não só aprender a construir uma artificial (acredito que ele será um grande fã de “sucedâneos”) mas também a motivar os alunos venezuelanos promovendo desde tenra idade o desenvolvimento de hábitos e métodos de trabalho promotores de uma vida saudável.
 
Já em relação à segunda questão, não consigo encontrar uma resposta pois neste momento estou inerte de tanto medo: se o Sócrates sozinho já assusta, então “atracado” ao Chávez é melhor nem falar!
 
publicado por Veruska às 20:35

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