Sexta-feira, 11 de Julho de 2014

Eva Mendes está grávida de sete meses... ou o turismo médico no Algarve

 

 

Acho piada à Eva Mendes. É gira, tem um corpo tonificado, faz uns filmes ligeirinhos e passa a imagem de “gaja cool”. Acho piada quando ela fala português durante as entrevistas (quase jurava que ela seria de origem brasileira e falaria português com sotaque; informação desmentida pela Wikipedia) e o facto de ter 40 anos e ter aquele ar. Descubro hoje que se presume que esteja grávida de 7 meses…7 MESES… e ainda não há confirmação oficial e provavelmente nem barriga proeminente, caso contrário já a história teria “rebentado” nos media.

 

É certo que sinto uma pontinha de inveja. Não é por a sua barriga não se notar aos setes meses, mas sim porque devido a isso, provavelmente a sua barriga também não ser proeminente após setes meses do nascimento do seu filho.  Mas avançando.  Sendo ela uma figura mediática com uma carreira que presumo gerida criteriosamente pela sua agente, gostaria de lhe propor uma oportunidade de ser a protagonista de uma campanha publicitária portuguesa. Acredito mesmo que mais ninguém se terá lembrado daquilo que vou passar a explicar e que quando a SIC descobrir que tenho este talento, rapidamente me escolherá para a versão portuguesa do Lago dos Tubarões.

 

Então é assim. O Algarve desde há muitos anos que é reconhecido pelo seu potencial turístico. As praias  são maravilhosas, a comida fantástica e os portugueses estupendos. Com o advento dos hospitais e clínicas particulares, veio o turismo médico que alia o ócio à cura de patologias a preços apetecíveis sobretudo para quem vem de países onde os seguros de saúde têm custos exorbitantes. Os portugueses têm escapado a esta moda pois o seu arreigo em abandonar o Serviço Nacional de Saúde tem sido enorme, apesar do enorme incentivo por parte da Administração Central. Se no passado, fatores como o aumento das taxas moderadoras, falta de médicos e de enfermeiros, meios de diagnóstico obsoletos  e incapacidade de diagnóstico não foram suficientes para catalisar a mudança, talvez agora com a estratégia de aproximar estes dois mundos, os cidadãos abandonem de vez o SNS e optem por soluções mais elegantes e glamorosas.

 

Com o fecho da maternidade de Portimão, abrem em Faro novas formas de alojamento para grávidas em final de tempo. Agora as grávidas algarvias já pertinho da data de nascimento dos seus filhos e que morem a mais de 100 km de Faro, vão passar as últimas semanas num apartamento perto do Hospital Distrital, se calhar partilhado com outras grávidas ou famílias.  Não acredito que nenhuma grávida de Aljezur ou Vila do Bispo encare isto de ânimo leve e muito menos as suas famílias, mas se Eva Mendes entrasse em ação tenho a certeza que tudo mudaria.

 

Era só começar por alojar a atriz na Arrifana onde ela se deslumbraria com a paisagem natural e teria a oportunidade de andar de reboleta nas ondas, para favorecer o parto, claro, e até poderia ir à Festa dos Pescadores na Lota. Lá para as 36 semanas, contratar-se-ia um transfer para trazer a senhora até Faro onde ficaria alojada. Quando a hora chegasse, era só dar entrada no hospital distrital onde os obstetras com experiência há muito que se sumiram e esperar que tudo corresse bem. Mais uma ou duas campanhas destas e até a maternidade de Faro poderia fechar. 

publicado por Veruska às 12:40

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Segunda-feira, 7 de Julho de 2014

Fim do cinema em Faro... ou uma grande tristeza que me invade

Sou uma pessoa dada à autorreflexão. Gosto de estar em silêncio, sossegadinha como que em modo contemplativo de uma realidade que apenas se encontra dentro de mim. Gosto de fazer listas mentais de assuntos sem importância, que prontamente se esquecem assim que a ociosidade se vai embora. Simpatizo com a ideia de planear a minha vida, como se de planificação ela dependesse. E adoro, simplesmente adoro, a sensação de descanso a invadir os meus músculos, ossos e tudo o que faz de mim um ser com vida.

 

E a questão que se pode colocar já na sequência de tudo o que foi escrito anteriormente é: e onde praticas tu essa arte? Ao que eu respondo sem hesitar – no cinema. É que eu adoro relaxar no cinema. Aqueles momentos em que se chega cedo à sala, numa sessão de início de tarde, imediatamente a seguir à abertura da porta em que ainda não se iniciou a projeção da publicidade nem da música ambiente é o meu momento. Naqueles minutos que antecedem o início da película, numa cadeira confortável, na penumbra, em que há um silêncio ecoante e ainda nem vivalma nas redondezas é quando nos acercamos do nirvana.

 

Não acho nada que seja difícil ficar “a sós com os meus pensamentos, sem fazer nada”, contrariando o estudo recente que veio a público. Pelos vistos a maior parte das pessoas não tem esta aptidão e consideram mesmo que a experiência de ficarem durante 6 a 15 minutos a pensar numa sala vazia é desagradável. Mas este estudo vai ainda mais longe e revela que a maior parte dos homens, prefere mesmo auto administrarem ligeiros choques elétricos em troca destes momentos de inação.

 

Agora que os cinemas em Faro fecharam – sim, somos uma capital de distrito sem cinema mas com muitas outras estruturas em pleno e excelente funcionamento – eu vou ter de terminar com as minhas sessões de meditação. Acredito que também mais algumas pessoas encarem tudo isto com uma lágrima ao canto do olho. Fosse eu um homem, estaria agora interessado em comprar uns fios de cobre e umas pilhas e não em refletir sobre assuntos que não interessam nada a quem tem acesso a uma boa velocidade de internet e a um bom disco multimédia.

publicado por Veruska às 15:22

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Sábado, 19 de Abril de 2014

Diário de uma cardíaca (5)... ou como corri durante 15 minutos seguidos ao ar livre

 

 

Desde que me lembro que a corrida faz parte das minhas memórias; das menos agradáveis, mas ainda assim, das minhas memórias. Recordo o horror das corridas de aquecimento à volta da escola durante as aulas de Educação Física, o enfado de assistir a provas de atletismo sabe-se lá onde só porque o pai corria e o esforço ígneo em ganhar gosto pela corrida precavendo a hipótese de não haver ginásios no Algarve (pensamento totalmente estúpido que tive há cerca de 12 anos atrás quando me vi forçada a sair de Cascais).

 

Resisti com todas as minhas forças a essa forma de atividade física. Sempre argumentei com coisas do género “Correr?! Só atrás de um gajo bom” ou mais recentemente “Correr?! Nem atrás de um gajo bom”. Na realidade o que este pseudo-humor esconde é uma total falta de espirito de sacrifício para suportar cansaço, suor ou respiração ofegante. É verdade que desde os 24 anos de idade que frequento ginásios, que já pratiquei inúmeras modalidades diferentes e que consigo ter momentos fantásticos de prazer ao fazer uma ponte numa aula de body-balance ou em cima de uma bicicleta numa aula de spinning, mas lá no fundo, bem no fundo, o que eu faço bem é ronha.  Socorro-me das tonturas para não ir mais longe nos alongamentos ou das dores nas costas para recusar os abdominais em prancha e até da falta de forma para não me esforçar muito na passadeira ou na elíptica.

 

Mas agora que sou doente cardíaca e posso dizê-lo, já quase estabilizada, o exercício físico e a perda de peso têm de ser uma prioridade. Não adianta encher-me de comprimidos e embarcar nesta velhice prematura descartando logo ao início uma batalha que provavelmente consigo vencer. Por essa razão, calcei os ténis, coloquei o monitor de frequência cardíaca (grande aliado destes meus dias sem ritmo) e lancei-me à estrada. No primeiro dia não abusei, mantive-me atenta aos sinais (qualquer cansaço extremo ou falta de ar, obrigam a paragem imediata) e desfrutei a medo da paisagem à beira ria que me envolvia.  No segundo dia, descontraí, evitei verificar a frequência cardíaca (muito baixa por causa da medicação) e conjuguei a paisagem com a música de sempre do meu mp3. Acabei por correr 15 minutos sem parar. Acho que foi a primeira vez na vida que o fiz.

 

Ao terceiro dia, que ainda virá, vou conjugar os meus ténis novos (oferta da cara-metade que até comprou outros para ele ) com a minha nova playlist  e espero conquistar o mundo!

 

publicado por Veruska às 16:04

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Sábado, 1 de Março de 2014

O Carnaval a Sul... ou entre o Cavaco Silva e o Bob, O Construtor, o que interessa é a máscara


 

Se em 2009 pretendia que o meu Carnaval fosse um misto de consciencialização política e revivalismo, cinco anos depois já nada disto é importante. Neste ano de 2014, embebida na real essência da maternidade que me vai obrigando a aderir a todo o tipo de rito, comemoração ou mesmo cerimónias esquisitas que todos me garantem estarem relacionadas com a educação de um pequeno ser de 2 anos, lá tive de me preocupar com o disfarce do petiz.

 

Não sendo eu uma pessoa que tenha pachorra para procurar máscaras, pensar em disfarces ou improvisar fantasias decidi rapidamente que o melhor era o puto ir mascarado de Homem-Aranha pois neste momento é tudo aquilo em que ele pensa. Face à escassez de fatos desta personagem para crianças pequenas associado ao elevado custo que apresentavam, facilmente a estratégia se modificou em prol do objetivo “compra-se qualquer coisa desde que seja barata e lhe sirva, e depois logo se vê”.

 

Foi com isto em mente que lá apareceu em casa um fato perfeito do Bob, O Construtor, adquirindo a menos de 10 euros e no tamanho adequado para quem ainda não veste o small de criança chinesa.  Conversa vai e conversa vem, e começa a instalar-se o receio (mais tarde confirmado) de que o petiz não se queira mascarar de Bob, O Construtor, personagem animada totalmente ausente da programação dos canais Panda ou Disney. Como de pensamento científico estou repleta, a abordagem seguida, próxima da modelagem, resultou num sucesso pleno originando uma satisfação total aos pais aqui de casa.

 

O método incluiu uma visita a um espaço comercial de bricolage a fim de envolver o petiz na compra de um capacete de proteção (que iria complementar o disfarce), visionamento de horas seguidas de animações do Bob, O Construtor e cantorias sucessivas de “Eu sou o Bob, O Construtor / Eu sou o Bob, trabalhador”. Em apenas 48 horas de trabalho intensivo e exaustivo por parte desta mãe de primeira e única viagem, lá o puto passou do “nãoooooooo” quando via o fato à recusa total de o despir, nem que fosse para mudar de fralda.

 

É por isso que compreendo o que Cavaco Silva estará a pensar neste momento (e que o levou a proibir a divulgação do cartaz da imagem). Também ele, pai e avó, deve ter usado estratégias semelhantes a estas para, não só encaminhar aqueles quem educou, mas também para liderar todos aqueles que dele dependeram ou dependem.

 

Ele sabe que se o virem, caricaturado em cima de um burro personificado de Zé Povinho que está a ser aliciado por uma cenoura, eu e todos os outros cidadãos deste Portugal acabaremos por considerar que o senhor afinal se dedica à agricultura e à pecuária e que não percebe nada de política.

 

publicado por Veruska às 14:51

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Sábado, 14 de Setembro de 2013

Homem de cuecas... ou o estilo algarvio em todo o seu esplendor

 

 Moro no Algarve há mais de 10 anos. Vim para cá por motivos de trabalho e depressa percebi que a vida por aqui é muito boa. Depois da resistência inicial e da quase revolta por deixar para trás Cascais e, sobretudo, Lisboa acabei por ir debicando aqui e ali tudo o que estava disponível por cá. As praias de águas quentes a meia dúzia de minutos de casa, a vista deslumbrante da ria ao acordar, as caminhadas por entre os flamingos ao fim da tarde e o tempo, que ao invés do que acontecia na capital, já não era passado no trânsito.

 

Com os devir dos anos, vieram as amizades, o disfrutar das atividades culturais e tudo o que de normal existe numa vida plena.  A aculturação também fez das suas. Volta e meia solto um “Fáreeeeee” em vez de Faro, ou um “moce” em vez de moço ou um “almeriada” quando a coisa não está a correr bem. Gosto cada vez mais de passar tardes no Paquete, de passear na praia ou até ir ver os aviões aterrarem no aeroporto.  Mas ainda falta muito para a integração plena. Faltam-me as roupas de Inverno quando o calor já é insuportável, a roupa de praia em situações formais, a quase recusa em ir à praia assim que a Primavera chega e a apatia perante a prestação de serviços sem qualidade.

 

Já do meu filho, posso dizer sem sombra de dúvidas que de algarvio deve vir a ter tudo. Face à sua tenra idade, ainda não sei se falará “algarvio” ou não, mas uma coisa já sei - quando ele vê uma pessoa em cuecas no meio da rua, isso só poderá querer dizer PRAIA (pelo menos era o que ele gritava quando via esta reportagem).

 

Portanto para o meu filho, a lógica que estará subjacente ao facto de andar um senhor de cuecas pelas ruas de Loulé com um cartaz a exigir que os alunos do 3ºano, integrados numa turma de 4ºano, pertençam à turma do 3ºano em que existem vagas, só poderá querer dizer que isto é tudo uma grande festa “maluca” e que de certeza todos irão passar os dias na praia.

publicado por Veruska às 12:20

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