Domingo, 1 de Abril de 2012

Um supermercado inglês...ou como a moda se está a espalhar às empresas portuguesas


 

 

 

                                              

 

 

Compreendo que a fluência em língas estrangeiras é uma competência importante nos dias que correm. Quem não sabe inglês vê as oportunidades diminuídas e quem consegue falar línguas pouco comuns é valorizado. Essa pressão para se falar outros idiomas tem vindo a aumentar, passando a explicar seguidamente a razão pela qual faço esta afirmação.

 

No Algarve existem muitos ingleses, quer a fazer turismo, quer já a habitar de forma permanente e é sabido que estes algarvios “emprestados” são uma mais valia para o nosso país em virtude do dinheiro que estão dispostos a gastar, espevitando assim a economia local. Não existe estabelecimento comercial que não almeje atrair estes clientes e por isso são adoptadas estratégias muito diversificadas.

 

Face à crise que o nosso país atravessa e à diminuição de turistas por estes lados, novas oportunidades de negócio são sempre bem-vindas. É o caso do supermercado Iceland no Retail Park de Albufeira. O espaço não é muito amplo, nem sequer muito agradável, pois está lotado com prateleiras quase até ao tecto, mas a diversidade de produtos impressiona. Impressionam ainda mais, o facto dos preços estarem em libras (a par com os euros), os produtos serem todos importados (mesmo os que são comercializados em Portugal) e os empregados não falarem uma palavra de português.

 

Esta estratégia de marketing tem um duplo objectivo: por um lado incentiva o consumo por parte de quem vem de economias mais fortes e por outro lado demove algum português de comprar seja o que for, incentivando assim a poupança.

 

Esta tendência comercial é também já utilizada por algumas empresas portuguesas, nomeadamente a Lanidor e a Modalfa. Na primeira, os estrangeirismos invadem não só o site, como todos os mail's recebidos com a sua publicidade e na segunda constata-se que a roupa vendida é perfeita para os escandinavos.

 

É a Marca Portugal em todo o seu esplendor!

 

publicado por Veruska às 21:59

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Quinta-feira, 29 de Março de 2012

O passevite... ou uma ode ao puré de batata


 

Já por várias vezes manifestei publicamente o meu gosto pela culinária e como penso ter sido ele, o verdadeiro catalizador de ter estudado química. Passei parte da minha adolescência a fazer bolos e doces de colher, sentindo-me desafiada quando a receita incluía mais do que simples etapas como “bater claras em castelo” ou “adicionar a farinha devidamente peneirada”. Gostava de fazer cremes, caramelizar açúcar, rechear bolos e aplicar coberturas.

 

Depois das guloseimas, foi-se instalando progressivamente o gosto por outro tipo de repastos.  Especializei-me em mini-folhadinhos de salsicha, tartes salgadas e adquiri um especial agrado em fazer puré de batata.  O processo de transformar batatas rústicas cobertas de pó num delicado puré,  era complexo e cheio de operações,  o que em muitos aspectos se assemelhava aos processos produtivos que vim a estudar alguns anos mais tarde. 

 

A sequência de operações desencadeava em mim um crescendo de emoções. A tarefa de descascar as batatas era a menos atractiva, embora me sentisse um pouco maravilhada quando olhava para o tubérculo branco descascado em oposição ao coberto de pele, irregular e por vezes já grelado. Depois vinha a cozedura. Era importante controlar as variáveis tamanho da chama e quantidade de água para que as batatas cozessem rapidamente, sem ser em demasia, não absorvessem muita água e rapidamente, para que não ouvisse a minha mãe gritar “Vera Maria, só estás aí na cozinha a gastar gás!”.

 

Depois de cozidas, as batatas eram coadas e aí vinha o primeiro momento de êxtase – observar como elas ficavam totalmente secas e com um aspecto heterogéneo como se de uma massa se tratasse. Seguia-se o extâse de as esmagar com um utensílio em tudo semelhante a um esmagador de alhos mas muito maior.  Gostava tanto de colocar as batatas no reservatório, apertá-lo e observar a batata esmagada a sair em pequenos fios, que fazia sempre um segundo esmagamente para que não “restassem grumos”.  Por fim vinha o toque final – adicionar o sal, a noz moscada e a manteira e homogeneizar tudo com leite.

 

Talvez seja a maternidade ou a maturidade, mas ontem, durante a consulta dos 4 meses do meu filho, veio-me à memória tudo isto e muito mais. Tal como uma hipnose de regressão, vi a minha mãe de volta de um tacho accionando uma manivela com movimento circular. Não foi só a minha mãe que vi; visualizei-me também a mim a olhar maravilhada para aquele gadget e a questionar-me interiormente como é que as batatas se conseguiam meter debaixo do moedor.

 

Agradeço do fundo do coração ao pediatra sénior do meu filho que me recomendou o uso do passevite para fazer as sopas e não a varinha mágica.  Ainda bem que já sou uma mãe tardia e sabia do que é que ele estava a falar.

publicado por Veruska às 21:06

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Sábado, 11 de Julho de 2009

A Bimby e o esperma artificial... ou como já não existem homens como antigamente

A Tecnologia e a Ciência têm registado avanços durante a minha existência que jamais pensaria serem possíveis quando era uma mera adolescente. Estes avanços têm acontecido a uma progressão exponencial e neste momento (altura em que me preparo para uma viagem à capital tecnológica do nosso planeta) já nada me espanta. Não se pense que este discurso encerra nas entrelinhas uma postura que poderia ser classificada como de “Velho do Restelo”. Pelo contrário sou uma acérrima defensora da Tecnologia, que nos traz comodidade e conforto para à vida quotidiana.
 
Desvantagens também as há, embora sejam cada vez menos. Hoje em dia existem muitos que falam de individualidade, desvalorização do factor humano, vida menos saudável e até destruição do planeta embora considere que estas críticas também já não fazem sentido, uma vez que tudo o que de novo vai surgindo parece ser a solução para a absoluta melhoria das condições de vida das mulheres.
 
            O exemplo clássico consiste na eterna procura do amor e consequente relação duradoura que satisfará ambos os parceiros. Sendo do domínio público que as mulheres são muito mais exigentes do que os homens, foi necessário desenvolver equipamentos especiais que fossem de encontro às suas reais necessidades. No caso dos homens a aposta em novos produtos não foi tão longe, tendo-se ela focado principalmente nas relações homossexuais (em substituição da já velhinha opção de monopólio do telecomando da televisão) e na utilização do GPS (garantindo ad aeternum que jamais em qualquer situação será necessário pedir informações a um estranho).
 
            Actualmente tem-se apostado na polivalência de funções e como existe no ar uma onda de revivalismo, há quem opte por conjugar a utilização de antigos equipamentos com novas soluções que chegam ao mercado. Um dos exemplos é a utilização da já velhinha Bimby. A Bimby é uma máquina multi-funções com a qual se podem fazer um sem número de preparações que incluem molhos, bebidas, massas, sopas e até sorvetes e gelados. A publicidade afirma mesmo que “a Bimby tem capacidade para fazer quase tudo a uma velocidade inacreditável. Pica, rala, corta, bate, amassa, mói, tritura, pesa, emulsiona e cozinha! E...até cozinha a vapor.” Este electrodoméstico que surgiu em 1970 sofreu durante décadas do mesmo síndrome que afectou os Xutos e Pontapés – Síndrome “Muito à Frente no Seu Tempo” – mas finalmente o seu reinado instalou-se.
 
            Quem utiliza a Bimby sabe logo desde início que ela se paga a si própria ou seja o retorno do investimento (pouco menos de 1000 €) é facilmente atingido pois passará a confeccionar-se em casa o seu próprio açúcar em pó tipo Icing Sugar, pão ralado e limonadas. Esta máquina também tem a vantagem de ajudar na preparação de comida saudável, sem paladar e “pouco apurada” que afastará qualquer amigo ou amiga de futuros convívios.
 
            Com a Bimby já se conseguia fazer quase tudo, mas nos últimos dias acredito que mais uma nova aplicação terá surgido – a produção de esperma artificial. De acordo com a imprensa, um grupo de investigadores da Universidade Boffins terá produzido esperma a partir de células estaminais. Estas células são em tudo semelhantes às do sémen pois possuem cabeça, cauda, cromossomas e até movimento. No entanto existem já cientistas que duvidam que se trate de verdadeiro esperma ou que funcione como as células humanas, afirmações que me levam a acreditar que a Bimby terá tido um papel preponderante nesta inovação. Todas sabemos que com ela é possível cozinhar uma lasanha à bolonhesa que, tal como os espermatozóides referidos anteriormente, também parece a original, mas que depois de ser provada rapidamente se conclui que ainda é pior que a congelada!
 
publicado por Veruska às 17:55

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Quinta-feira, 4 de Junho de 2009

Hoje tive um Corvo de volta de mim... ou como juntei um palco e um supermercado no mesmo espaço

 

 
Em miúda era muitas vezes escolhida para interpretar as personagens principais dos teatrinhos lá da escola; não por possuir algum talento em especial, mas por ser alta e ter uma voz que “se ouvia por todo o lado”. À medida que fui crescendo e perdendo a minha graça natural de menina com jeito para as palavras lançadas ao vento, as artes foram, progressivamente, deixando de fazer parte da minha vida.
 
Nunca pensei nisso, até há cerca de três anos quando, por um mero acaso, subi a um palco, dancei pulando com toda a energia que tinha e beijei a face de um argentino já por duas vezes oscarizado e detentor de Globos de Ouro e BAFTA’s.  Nesse noite, ao assistir a um concerto dos Bajofondo (na altura ainda Tango Club) tive o meu primeiro real contacto com o Tango; pelo menos o primeiro que não incluía pessoas com mais trinta anos do que eu, semelhantes aos meus tios e pais (o conflito de gerações foi responsável por ter demorado anos a apaixonar-me por este género musical). Depois disso, e com muita pena minha, nunca mais subi a um palco para integrar uma performance. No entanto, hoje num local que frequento com assiduidade foi a performance que me integrou a mim e sem qualquer aviso prévio.
 
Como todos sabem sou uma grande fã do supermercado Pingo Doce, quer dos seus produtos de marca branca quer das refeições com um toque de “mamã” que é possível comer por lá. Nestas últimas semanas tem decorrido a Quinzena Italiana e hoje havia mesmo uma degustação de Carpacio e de Farfalle al Verdure e Salmone acompanhada de animação musical em que um violinista (e mais um outro musico do qual não tenho qualquer memória a não ser a de que ele “ocupava espaço”) tocava musica dos Xutos e Pontapés (tenho a certeza que existirá uma razão para a escolha do repertório e que não terá nada a ver com o facto de o violinista pertencer aos Corvos).  Aqui a menina que não perde uma promoção começou logo a dizer que assim que fosse buscar o tabuleiro queria comer o Carpacio (a felicidade por poder provar tão harmonioso prato era tão intensa que esqueci por completo que não como carne de vaca cozinhada e muito menos crua).
 
 
Quando finalmente vou buscar o meu pratinho de Carpacio tentam impingir-me um prato de massa que de imediato recuso. É nessa altura que sinto que alguém estava muito perto de mim, me rodeava e me envolvia de forma estranha. Tal era a minha vontade de comer o Carpacio e recusar o Farfalle al Verdure e Salmone que demorei algum tempo a perceber o que se passava. Mas assim que tomei consciência de que tinha um músico que sorria de orelha a orelha e tocava, movimentando-se em meu redor fixando em mim o seu olhar, baixei as guardas, sorri também e trouxe, além do Carpacio (de que não gostei e que apenas comi porque imaginei com todas as minhas forças que as fatias de carne fininhas eram presunto pouco curado) o prato de massa (absolutamente maravilhoso) que tentavam impingir-me.
 
Se eu já gostava do Pingo Doce, então a partir de agora…
publicado por Veruska às 23:48

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