Henrique Raposo na sua crónica do Expresso de dia 26 de Março faz um elogio à mulher estrangeira embora esquivando-se das responsabilidades ao evocar entidades terceiras, como os amigos e o pai. Pelos vistos no estrangeiro – designação que por si só, me faz lembrar a minha ida juventude na década de 70 – é que elas são “giras, boas e fáceis”. Elencam-se até os melhores países de entre os quais se referem os de leste.
A narrativa vai tão mais longe, que chega mesmo a comparar hipotéticas boazonas portuguesas (se as houvesse, claro) a quengas (= garotas de programa) numa alusão clara às brasileiras gatinhas ou a atribuir à mini-saia o papel de gestor de reputação de uma donzela. Mas como Henrique Raposo não é mais do que um bom moço, lá mais para o fim do texto retrata-se, incluindo-se no grupo de homens com olhar controlador e que agem como mercadores de escravos sempre que avistam uma dama que não seja atarracada e dona de um buço pujante.
Da minha parte acho que ele esteve muito bem. Tenho a certeza que as portuguesas que o conhecem, também só querem retrair a sua testosterona de forma a concentrar toda a sua atenção nos gajos jeitosos, cultos e interessantes que por aí abundam e ver se os convencem a dar uma voltinha em privado. Eu estou do lado delas e caso o venha a encontrar, farei a minha parte - apresento-lhe a lituana com penteado à Kim Jong-un com quem entabulei conversa num destes dias.
O povo da Coreia do Norte acredita que constitui a sociedade mais evoluída do planeta. Pensam que todos os países lhe prestam vassalagem e que até os navios de índole humanitária que chegam até eles o fazem como prova de agradecimento por parte nações estrangeiras. Porventura, também pensarão que os trabalhadores sul-coreanos que todos os dias se deslocam, ou deslocavam, a Kaesong para trabalhar são seres tristes, sofridos e com graves carências monetárias.
Já o Brilhante Camarada, talvez o único norte-coreano com excesso de peso do país (quiçá por possuir uma doença terrível que nada terá a ver com a abundância e opulência em que vive) protege o seu povo contra a força opressora dos inimigos (praticamente o Resto do Mundo) de forma a manter a imutabilidade do seu reino, tal como já tinham feito os seus antecessores que só por mera curiosidade foram o seu avó e pai.
Como obra feita, José Luís Peixoto, refere no seu livro Dentro do Segredo, os parafusos das máquinas muito bem pintados de vermelho, verde ou amarelo, a mestria revelada por uma senhora em tirar de uma caixa de plástico colheres de pó branco ou os pregos re-endireitados por um qualquer cidadão hábil no manejo do martelo. É certo que existem jardins e até parques de diversões no país e muitas outras coisas boas e características de sociedades desenvolvidas, mas pelo vistos estas não incluem a água corrente de qualidade aceitável.
Nos últimos dias, “a Coreia do Norte anunciou (…) que tem a intenção de reiniciar um reator nuclear desativado em 2007 e deu a entender que pode retomar o enriquecimento de urânio para fins militares”. Será que o Brilhante Camarada sabe que para levar a cabo esta tarefa é preciso muito mais do que fábricas de vidro ou fertilizantes que não laboram e cientistas que tresandam a figurantes de baixo nível?
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