A música do momento, ou melhor a “música deste Verão” anda no ouvido de todos e a ser cantada também por todos. Não há vivalma que oiça rádio enquanto conduz que não seja apanhado com trejeitos labiais que indiciam um “get lucky” modesto ou mesmo gritos pungentes acompanhados de vários abanos de cabeça. A batida fica no ouvido, a letra do refrão cola-se à nossa pele e o ritmo consegue sempre invadir o nosso corpo.
Apesar de ser uma amante das palavras, não tenho por hábito fixar-me no seu significado quando as canções possuem ritmos que impossibilitam a minha imobilidade quando as oiço. Já por várias vezes fui chamada à atenção por gritar refrões em público que de tão impróprios podem pôr a minha segurança em risco. Recordo com alguma saudade, sim admito-o, o “I’m horny…oh so, horny” muito em voga durante as minhas deambulações por Ibiza e… mais nada! Agora pensando bem, parece que não tenho mais aventuras com letras de canções.
Bem, passando à frente. Parece que a letra de Get Lucky é altamente sexual (de tal forma que vão ser lançados preservativos alusivos à canção):
She's up all night 'til the sun
I'm up all night to get some
She's up all night for good fun
I'm up all night to get lucky.
Eu pensaria que a senhora passaria a noite inteira acordada, com o intuito de se divertir enquanto o cavalheiro só quereria ter sorte (se calhar jogava bingo). Nas entrelinhas o texto diz-nos que a senhora está recetiva a atividade sexual e que o cavalheiro afinal não joga à roleta mas sim procura parceira para um envolvimento físico.
Obama também já canta a canção em versão rap e de certo que a sua Michelle estará muito feliz. Por cá, ontem Cavaco Silva também cantou “Queres ver que vais ter sorte” mas com algumas nuances. A batida foi um pouco menos “disco sound” e a letra também foi ligeiramente diferente. No entanto, não há dúvida de que muitos políticos vão passar as próximas noites acordados na esperança de ter sorte embora que para tal, provavelmente, muitos terão de se envolver em práticas de sodomia…política!
A noção de sucedâneo é fabulosa e só tomei consciência dela no início da minha vida adulta e tudo graças aos chocolates. Até então, o meu gosto por essa iguaria era muito limitado, quer por não existirem em quantidade abundante nas mercearias, quer por os meus pais os comprarem de forma muito parcimoniosa.
Com o advento dos super e hipermercados, os chocolates baratos tornaram-se um produto abundante. Relembro, embora sem saudade, os chocolates espanhóis baratíssimos que começaram a aparecer lá por casa e que se chamavam sucedâneos. Não sabia muito bem o que eram, mas como até nem sabia mal, eram comidos “à boca cheia” - a minha forma preferida de comer chocolate – e nunca eram demais.
Cresci, amadureci e a oferta no mercado das tabletes tornou-se maior e as grandes marcas chegaram até nós. O meu gosto evoluiu e a minha carteira também. Agora praticamente só me limito ao Lindt´s e a dois produtos de marca branca e tendo passado a abominar os referidos sucedâneos. Aliás, passei a não consumir, do ponto de vista gastronómico, qualquer sucedâneo de menor qualidade, reservando esse grupo para produtos em que não considero o grau de excelência um fator decisivo de compra.
Descobri ontem, que afinal não uso sucedâneos só no uniforme escolar do meu filho. Pelos vistos, também na Democracia este artigo substituto está em voga. De acordo com a Comunicação Social, o nosso Presidente da República considerou que a última avaliação da Troika foi uma “inspiração da Nossa Senhora de Fátima do 13 de Maio”, agindo não como o chefe máximo da nossa Democracia mas sim como um singelo evangelizador encontrando respostas no divino para as questões dos homens.
É mais um sucedâneo que substitui o produto original!
Já não passo sem o meu folheto do Pingo Doce com as promoções da semana. Gosto de o receber na minha caixa de correio eletrónico, abri-lo enquanto grito com o miúdo, sentir a lenta descarga de adrenalina que ele me provoca e planear as compras para o fim-de-semana seguinte.
Aproveito quase tudo o que está “a metade do preço” sobretudo os queijos e os papéis higiénico e de cozinha. De vez em quando lá trago uns chocolates e outros miminhos do género. Não é que seja a grande marada das promoções, mas considero que há sempre bons negócios neste tipo de descontos.
Hoje lá fui eu tentar aproveitar mais umas promoções dos queijos e, para meu grande espanto, por volta das 11 horas de manhã não havia nada em loja do que queria. Corri os expositores, voltei a analisar o folheto e nada. Perante tal desnorte lá me informaram que não tinham nenhum desses produtos mas que pelo menos de um deles tinham encomendado 100 kg que seriam postos à venda amanhã, ou talvez ainda hoje ao final da tarde.
Vou para a caixa e o desnorte continua. Deteto que existia uma funcionária a testar preços e a comentar com outra que havia coisas a passar com 50% de desconto, nomeadamente as fraldas que compro para o menor cá de casa. Já só tenho uma missão em mente, pagar rapidamente as compras e correr para o linear das fraldas e apanhar o máximo de pacotes que conseguir…
Tentativa vã! Tudo estava a ser retirado das prateleiras. Bolas!
Chego a casa e deparo-me com os boatos de promoção do Pingo Doce para o dia de amanhã – o Dia do Trabalhador – assim uma espécie de comemoração que assinalaria a passagem do primeiro aniversário do alarme social provocado por descontos “metade do preço”.
Leio as notícias, vasculho as redes sociais, blogs e fóruns e chego à conclusão que afinal tudo não deverá passar de um boato. Não me parece que haja uma promoção bombástica amanhã no Pingo Doce mas terei de esperar até amanhã para confirmar esta minha tese.
Quem também está a utilizar este tipo de comunicação é o nosso governo. Os boatos são imensos: vão ser despedidos vários milhares de funcionários públicos, os cortes nos orçamentos dos ministérios vão ser brutais, etc, etc. Mas tal como na campanha do Pingo Doce, nada de concreto se sabe e nem mesmo é divulgado se algum dia se saberá o que foi decidido.
Qualquer dia Pedro Passos Coelho acorda transmutado em Alexandre Soares dos Santos!
Nestes últimos tempos a espera é única atividade que pratico no meu tempo de ócio. Ora espero pelos dias de mais calor, ou pelo correio que me deverá trazer boas-novas ou ainda pelo descortinar do meu futuro totalmente obscuro. Acompanho essa espera por música; música de vários tipos e que poderiam espantar muitos dos que eventualmente podem ler este post (neste momento sou acompanhada por Astor Piazzolla).
Esta espera não é só levada a cabo aqui pela autora do blog, mas também por todos, incluindo até Olli Rehn que espera uma decisão sobre a situação em que está metido o nosso país. Na realidade, todos nós esperamos alguma definição sobre o que nos irá acontecer nos próximos tempos e tememos o desconhecido tal como os nossos antecessores nos tempos mais primordiais temiam os fenómenos astronómicos.
As soluções tardam a chegar e tudo o que se vai sabendo através de fugas de informação só ajudam a adensar este nevoeiro informacional e a incrementar o já receio sentido por quase todos nós. Talvez haja um vazio criativo na apresentação de propostas ou mesmo um desaire intelectual que impossibilite um desenlace positivo mas bolas, alguém terá de quebrar esta espiral de negativismo.
Eu atrever-me-ia a sugerir que fosse rapidamente chamado ao nosso país Diogo Morgado. Acredito que Pedro Passos Coelho teria muito a aprender com esse Hot Jesus (título pelo qual o Diogo é conhecido nos EUA), esse ator de telenovelas com um sucesso mediano em Portugal, mas que consegue a fama graças ao seu bom aspeto e claro, ao seu empenho.
Penso que nem seria tarefa difícil para Passos Coelho pois uma das anteriores premissas já ele a possui; falta-lhe é a outra metade!
Para mim há algo que deveria marcar o Dia de São Valentim. Não quero saber da cor vermelha (ou encarnada), se as setas do cupido me atingem no coração ou mesmo se o homem dos meus sonhos acorda junto a mim e me dá um beijo em vez da tosse cavernosa que insiste em partilhar comigo. Para mim, o importante é mesmo a POESIA que deveria ser transversal a todas as situações quotidianas nesse dia de 14 de Fevereiro.
Imagino mesmo um mundo repleto de fantasia em que todos seríamos peões de uma realidade sublime, plena de beleza, encantando todos com quem nos cruzássemos e inspirando qualquer ser, independentemente da sua natureza. Concebo que cada um de nós, durante esse dia, fosse capaz de pronunciar palavras com um timbre capaz de inebriar os anjos, uma altura capaz de emocionar os passarinhos e uma intensidade capaz de desencadear uma harmonia impossível de descrever. Durante essas fantásticas 24 horas, o movimento dos planetas deixaria de ser importante, a Lei da Gravitação Universal deixaria de comandar os nossos movimentos e todos flutuariam num éter pleno de maravilha.
Não existiriam preconceitos, comportamentos inadequados e nem sequer nada que não fosse belo. Tudo o que diríamos seria importante para quem ouvisse, e as palavras pronunciadas seriam leis que comandariam de forma nobre todos os nossos sentimentos. Não interessaria a métrica, nem se existia rima; o importante residiria na componente emotiva do que fosse declarado.
Infelizmente o meu dia dos namorados não foi assim. A poesia não chegou até mim de nenhuma lado. Flutuar foi impossível face ao meu ligeiro excesso de peso e nem sequer o que pronunciei deve ter sido importante para os que me rodeiam. No entanto, congratulo-me por saber que afinal pelo menos Francisco José Viegas esteve imerso em POESIA (embora de caráter moderno) e tenha elevado as comemorações do Dia dos Namorados a um outro nível.
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