Quinta-feira, 27 de Março de 2014

Diário de uma cardíaca (4)... ou como vão sair, já a seguir duas reclamações escritas


 

Agora que sou uma cardíaca farense, fiz o que tinha de ser feito – ir a um médico em Lisboa. Como estou a acumular as doenças, a gripe intensa que me assola cumpriu a incumbência de me pôr a dormir durante as três horas das viagens de ida e volta proporcionando-me o relaxamento necessário para a minha missão.

 

Não se pense que a preocupação sobre o meu estado é inexistente, mas isto de frequentar um hospital coladinho ao Colombo é capaz de despoletar a réstia de bem-estar que ainda existe dentro de mim. Como missões, levava a de comprar um Homem-Aranha com um cupão Continente e de dar uma volta pelas lojas com o intuito de ir bisbilhotar a nova coleção de sapatos de Cristina Ferreira (que por mais incrível que possa parecer, é linda de morrer e parece que grita por mim a uma cadência que se vai majorando à medida que o tempo passa).

 

Mas entre as idas às lojas, lá fui à consulta onde por várias vezes me foi dito “arritmia benigna”. Não é que eu achasse que ela seria maligna (=mortífera) mas confesso que a ideia de simplesmente o meu coração deixar de bater e eu morrer em agonia, era algo que pontualmente surgia como se uma picada de mosquito se tratasse. Assim que todo o potencial perigo foi afastado da minha mente, as informações a reter passaram a ser outras. Coisas como “mas aqui só há silêncio!”, ou “uau, que consultório com tanta luz!” ou ainda “porque é que o médico me está apresentar as assistentes administrativas??!!” passaram a romantizar toda a minha cardiopatia.

 

Mas como em qualquer fantasia narrativa que capte a atenção do leitor é imperativo que o amor ande lado a lado com o ódio e a vingança, não serei eu a quebrar esse elo. Por essa razão coisas como “tem de comunicar ao Infarmed que teve alucinações com o genérico” ou “entra na urgência com queixas cardíacas, confirmadas por ECG e não há nenhum cardiologista do HDF que a vá ver??!!” vão resultar em dois textos, que acredito magníficos, mas que infelizmente serão lidos apenas por um público muito selecionado que os irá desprezar logo de imediato.

 

publicado por Veruska às 17:48

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Sábado, 20 de Setembro de 2008

Fetiche por pés... ou como Deus também deve ser podófilo

 

 
Numa aula de Tango em plena Buenos Aires, chega um homem barbudo de ar enigmático, pousa a pasta que carregava, não fala com ninguém e fixa o seu olhar no chão.
 
 
Eu que descansava um pouco, antes de reiniciar mais uma tentativa de dança, sinto uma enorme curiosidade em tentar perceber o que ele observava.  Só poderiam ser os pés das pessoas que dançavam.
 
 
 
Eu sei que o Tango é uma dança muito elegante em que os pés deslizam, as pernas se entrecruzam e a sensualidade nunca está ausente, mas para mim teria de haver mais qualquer coisa.  Reflecti, reflecti e cheguei à conclusão que o já referido senhor teria um gosto particular por pés (ou sapatos).  Claro que desde sempre soube que esse gosto particular por pés não é assim tão raro e muito menos exclusivo dos homens. O que para mim é novidade é a forma dissimulada como as pessoas, sobretudo os homens, realizam as suas fantasias mais íntimas.
 
O fetiche pelos pés está presente em muitas situações e será porventura o mais frequente na nossa sociedade:
 
- A Cinderela com os seus sapatos de cristal, inculcando logo nas meninas de tenra idade a ideia de que “gaja que é gaja anda de saltos”;
 
- A bota Botilde especialmente desenvolvida para raparigas mais “arrapazadas”, para que quando se tornem adultas se viciem em comprar botas, muitas botas (pretas, castanhas, azuis, verdes, cinzentas e até brancas; sim eu tenho umas botas brancas);
 
- A série “Sexo e a Cidade” que gira em torno de quatro amigas trintonas nova-iorquinas que são lindas muito lindas, e que todo o seu glamour resulta das centenas de euros que gastam em sapatos de marca, especialmente do Manolo Blahnik (para quem não tem esse dinheiro resta-lhe a consolação de comprar uma calçadeira em forma de sapato com um salto de 12 cm do mesmo estilista, numa loja de design…);
 
- A atribuição do prémio “Bota de Ouro” ao melhor marcador conseguindo deslocar para o campo dos adeptos futebolísticos algumas mulheres que ainda resistem a gostar desse desporto tão primário.
 
Acho que começo a acreditar que Deus existe mesmo, também é podófilo, e que é por isso que não tem feito nada de jeito nestes últimos milénios!
publicado por Veruska às 15:58

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Sexta-feira, 19 de Setembro de 2008

Fetiche - I

 

publicado por Veruska às 00:10

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