Acho que ao longo da minha vida já li todos os géneros possíveis e imaginários. Desde o considerado intelectualmente perfeito aos best-sellers pejados de sexo disfarçado de erotismo, passando pela fantasia dos hobbit’s ou de monstros alados. Uns perduraram na minha memória e outros nem por isso. Alguns destes livros ainda se mantêm cá em casa (apesar da manifesta falta de espaço) e outros já foram depositados em estantes no restaurante do Pingo Doce, na esperança que alguém os pudesse voltar a valorizar.
Sempre considerei que os livros são infinitamente melhores dos que as respetivas adaptações cinematográficas. Afinal quando se lê um livro, a abordagem cinematográfica é totalmente moldada pelas nossas emoções, ânsias e expectativas. Ler um livro é o nosso filme, e pronto! Mas agora depois de alguma reflexão consigo contradizer o meu anterior pensamento. Com a morte de Sue Townsend, a minha memória de Adrian Mole vai para a série e não para o livro, apesar da leitura dos vários volumes não se ter escapado da minha vida.
Aliás, a minha memória de Adrian Mole nem sequer se relaciona com a imagem atual de Stephen Mangan que supostamente foi seu intérprete. Disto tudo advém uma grande preocupação. Estarei eu a ficar velha??!!! Faltará já pouco tempo para começar a balbuciar expressões como “no meu tempo” ou “quando eu era nova”? Ou pior, estarei eu prestes a entabular conversas com qualquer estranho com que me cruze em salas de espera ou transportes públicos?
Temo que sim. É que ontem, enquanto esperava no dentista, só me apetecia meter conversa com o velhote que estava sentado na minha frente.
. Parada no tempo... ou um ...
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