Quarta-feira, 7 de Agosto de 2013

Uma noite mal dormida... ou como também eu já aprendi a arranjar justificações injustificáveis

 

Foto: "Verusko" 

 

 

A maternidade não me amaciou. Não é por ter dado à luz um ser totalmente dependente de mim, que fiquei deslumbrada pelo universo dos bebés e afins. Desde há muitos meses a esta parte que tenho pautado a minha conduta como mãe, por uma rotina que me escraviza baseada em ideias de um livro que me custou os olhos da cara.

 

Até esta noite, os problemas muitas vezes relatados por outras mães e pais nunca tinham acontecido comigo. Nunca sofri com a alimentação da cria, o seu sono, a sua higiene ou as suas brincadeiras. Ou melhor, nunca tinha sofrido, pois esta noite fui premiada com três horas de “mamã, anda cá”, “papá” e até um “Ruca” furioso.

 

Três horas de gritaria cá em casa que ecoaram pela madrugada dentro, sendo “ecoaram” a expressão mais adequada para descrever as emoções desencadeadas nos meus vizinhos. Tenho a certeza que noção de vítima que certeza assolou as mentes daqueles que comigo partilham este prédio se desvaneceu lá para a uma da manhã altura em que a gritaria ainda ia a meio.

 

“-Mas será que ela não faz nada”, ou “-Estamos f”#$%&!” devem ter sido ideias recorrentes e por isso catalisadoras do meu comportamento do dia de hoje – ermita e silencioso, como que para compensar a ausência de paz sonora nos oito andares do meu prédio.

 

Mais logo, quando “der as caras” e se for confrontada com algum comentário mais irónico sobre “a doença do pequenino” acho que minto e digo que ele tem uma otite. Assim não só justifico esta noite mal dormida como as próximas cinco, caso venham a existir.

 

Tenho vindo a aprender com as notícias!

 

publicado por Veruska às 14:47

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009

No Algarve tudo é diferente... ou como o serviço CTT Expresso "trabalha" em Faro

Como já expliquei várias vezes, quando me decidi por Faro para viver, não me apoiei em nenhuma espécie de conhecimento sobre esta cidade ou sobre o Algarve, não procurei conselhos de quem já conhecia o modo de viver da região e nem sequer prestei mais atenção ao Jornal da Noite da TVI (o único que presta um serviço de informação isento sobre o que realmente se passa aqui por esta terra…). Simplesmente peguei no mapa e decidi que Faro poderia ser um bom lugar para trabalhar e viver.
 
            Confesso que o choque foi muito grande. Apesar de vir de uma vila, sentia que Faro era muito mais provinciano do que Cascais! Lentamente lá me fui adaptando e há medida que o tempo passava até ia conseguindo encontrar algumas vantagens nesta nova forma de vida. A primeira foi o acesso gratuito à internet. Por aqui não é o SAPO, o Kanguru, ou a NetCabo que detêm a maior quota de mercado, pelo menos no prédio onde moro, é mesmo a net V*****. Este operador trabalha apenas com velocidades de acesso muito elevadas mas infelizmente e como em tudo na vida, tem a desvantagem de ter limitado as comunicações P2P.
 
            Uma outra diferença reside na entrega do correio expresso. As encomendas chegam-nos através dos vizinhos e não pelo carteiro, embora este último não esteja totalmente ausente de todo o processo.  O vizinho, depois de jantar, dirige-se ao nosso domicílio e pergunta-nos se estaríamos à espera de alguma encomenda. Quando a resposta é afirmativa, a embalagem é-nos entregue e ao mesmo tempo informa-nos que já tentou encontrar o destinatário em vários andares mas não conseguiu. O vizinho também estranha que o pacote venha endereçado a um tal de D*****, e como ele sabe, não mora ali nenhum homem (é escusado explicar, que o nome masculino D***** é o meu apelido!).
 
            Alguns minutos depois de acusada a recepção, o destinatário recebe uma chamada telefónica de uma pessoa que se intitula o carteiro e que apesar de ter conhecimento do número de telemóvel da pessoa para quem telefona não faz ideia de qual será o seu nome. Nessa altura o presumível carteiro pergunta se a encomenda chegou em bom estado e certifica-se de que tudo decorreu sem problemas e informa que em Faro o serviço CTT Expresso não faz serviço nocturno e que simplesmente a Fnac Online desconhece facto.
 
            Aqui a vantagem é a eficiência do serviço de reclamações. Não fosse a intenção manifestada ao vizinho, de que uma encomenda se entrega ao destinatário e não a outros e que por essa razão uma reclamação iria ser formalizada, duvido que o presumível carteiro me tivesse telefonado!
 
publicado por Veruska às 18:51

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Sábado, 31 de Maio de 2008

O meu vizinho de cima... ou o que há de comum entre o Rod Stewart e os Radiohead

 

                             
 
                          
A Primavera pela qual passamos tem sido muito atípica – a temperatura está outonal e a chuva teima em não parar de cair. As mesmas pessoas que afirmam que “o Salazar faz cá muita falta” insistem em dizer que “isto já não é tempo, já não é nada”. Curiosamente nestes últimos dias, e vá lá saber-se porquê, comecei a ouvir dentro da minha cabeça canções em que a chuva era a protagonista.
 
Tudo começa com uma destas noites por volta das 4 horas, quando desperto assustada de um sono que já de si é sempre muito agitado. Acordei sem entender o que estava a acontecer. As únicas palavras que me ocorriam eram:
-          Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest”!
Mas nada acontecia. A música continuava a tocar e mesmo ainda entorpecida pelo calor da minha cama, uma imagem começa a formar-se na minha mente: uma cara disforme… um nariz adunco… um cabelo loiro espetado… Pouco depois adormeci e de manhã já pouco me lembrava do pesadelo da noite anterior.
 
            Isto sucedeu mais algumas vezes, mas a memória que ficava era sempre muito volátil e ausente de pormenores, excepto uma melodia impossível de reproduzir e um verso que parecia tão adequado ao clima desses dias e que estava dentro da minha cabeça e teimava em não desaparecer:
             - “I Wanna know, Have you ever seen the rain?”
Mas claro que sim. Aliás nem era preciso vê-la, bastava ouvir os pneus no asfalto para perceber que tinha chovido e mais uma vez a Primavera estava apenas no calendário.
 
Mas a música continuava na minha cabeça,
 I Wanna know, Have you ever seen the rain
I Wanna know, Have you ever seen the rain”…
 
Mas onde teria eu ido buscar estas palavras…Tentava a todo o custo substituí-las por,
“Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great height
From a great height... height...
Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great height
From a great height... height...
Rain down, rain down
Come on rain down on me”…
 
Mas nada, sempre
I Wanna know, Have you ever seen the rain
I Wanna know, Have you ever seen the rain”…
 
E algumas das pessoas com que me cruzava na rua recordavam-me a face disforme de nariz adunco e cabeleira loura e agora também com uma verruga perto dos lábios…Mas quem seria? Quem seria tal pessoa? Sentia-me quase paranóica e lá vinham as vozes outra vez
-“What's there...? (I may be paranoid, but not an android)”.
 
            É então que numa manhã de quinta-feira acordo em sobressalto ouvindo gritos desesperados com a  mesma música a tocar:
“I Wanna know, Have you ever seen the rain?
I Wanna know, Have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?”…

Finalmente tinha-se feito luz e o mistério tinha sido desvendado – era o Rod Stewart a cantar e o meu vizinho de cima gritava desesperado por não conseguir desligar a música!
 
 
 
 
 
Have you ever seen the rain (Rod Stewart)
Someone told me long ago There's a calm before the storm,
I know; It's been comin' for some time.
When it's over, so they say, It will rain a sunny day,
I know; Shinin' down like water.

I Wanna know, Have you ever seen the rain?
I Wanna know, Have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?

Yesterday, and days before, Sun is cold and rain is hot,
I know;Didn't I pay for all my time.
And forever, on it goes Through the circle, fast and slow,
I know; It can't stop, I wonder.

Yeah!
 
 
Paranoid Android (Radiohead)
 
Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest
From all the unborn chicken voices in my head
What's there...? (I may be paranoid, but not an android)
What's there...? (I may be paranoid, but not an android)

When I am king, you will be first against the wall
with your opinion which is of no consequence at all
What's there...? (I may be paranoid, but no android)
What's there...? (I may be paranoid, but no android)

Ambition makes you look pretty ugly
Kicking, squealing gucci little piggy
You don't remember
You don't remember
Why don't you remember my name?
Off with his head, man
Off with his head, man
Why don't you remember my name? I guess he does...

Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great height
From a great height... height...
Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great height
From a great height... height...
Rain down, rain down
Come on rain down on me

That's it sir
You're leaving
The crackle of pigskin
The dust and the screaming
The yuppies networking
The panic, the vomit
The panic, the vomit
God loves his children, God loves his children, yeah!
 
publicado por Veruska às 22:17

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