O Carnaval é uma época de excessos e com ele muitos fenómenos que se acreditava pertencerem apenas ao reino dos sonhos acontecem de verdade e espantam todos aqueles que os presenciam. Falo de coisas tão distintas como a censura, a materialização de algumas personagens das histórias de encantar ou mesmo o facto de eu me mascarar pela primeira vez em 30 anos.
A minha fantasia para esta época foi-me apresentada há já muitos meses e pareceu-me desde logo muito interessante, pois permitia aliar a consciencialização política com o revivalismo que está tão em moda nestes últimos tempos. Eu deveria disfarçar-me de Sex Bomb inspirando-me nos conflitos na faixa de Gaza e na canção de Tom Jones com o mesmo nome. A escolha do modelito foi fácil, pois tal como Tim Gunn tem a sua lista de 10 elementos básicos em qualquer guarda-roupa, também uma Sex Bomb elenca a sua dezena de artigos prioritários sem qualquer dificuldade: as botas de cano alto, as meias de rede, a mini-saia, o cinto de explosivos, a camisola de decote em V profundo, o lenço de inspiração talibã, o baton vermelho, o verniz vermelho, o lápis eye-liner preto e até existe também um elemento à escolha de quem quer este disfarce como seu. No meu caso este último adereço correspondeu a uma máscara que permitia esconder o meu rosto pois não queria, em caso algum, ser reconhecida por ninguém.
A noite decorreu sem sobressaltos e de agradável teve tudo: fui o centro das atenções masculinas (embora revele o meu desapontamento e incompreensão em relação a alguns homens que me chamavam de Zorro à medida que passava…), conheci o Paulo Bento e o Maradona (este último em versão muito melhorada e livre de toxicodependências), beijei quem comigo se cruzava deixando a minha marca como se de um carimbo se tratasse e dancei ao som de clássicos como “Mamã, eu quero…” ou “A cachaça não é água, não…” (registo o facto de apesar dos meus 30 anos de ausência de festejos carnavalescos, o hiato musical não passar de uma pequena fenda milimétrica…).
A folia dos dias seguintes, e apesar de exteriormente não ser mais do que a Veruska do costume, foi mais do que a esperada e culminou nos acontecimentos da noite de quarta-feira de cinzas. Nessa tão marcante noite conheço um piloto proprietário de dois jactos particulares que atrai até mim um outro homem que insistia em dizer-me que satisfaria todos os meus desejos. Hoje sei que o piloto era o Aladino, o outro homem o génio da lâmpada e eu apesar de não ter encarnado mais nenhuma vez a personagem de Sex Bom, ela já tinha encarnado em mim.
De João Chagas Aleixo a 27 de Fevereiro de 2009 às 05:21
Então a minha amiga faz referência a um treinador ??? que sabe tanto de futebol como eu sei de física quântica; a um Maradona, que de El Pibe tem muito pouco.... e, não referiu o corredor de toiros, vindo expressamente de Pamplona, que arrisca a sua vida em cada encierro, facto este sinónimo da sua valentia, galhardia e estirpe!!!
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