Acabei de saber que Portugal vai vender 1 milhão de computadores Magalhães à Venezuela. Claro que estou feliz com o facto, pois compreendo perfeitamente que é muito importante para a nossa economia aumentar as exportações. Mas, no entanto, existem duas questões que assolam a minha mente:
- Porquê exportar os computadores Magalhães?
- Porquê exportar para a Venezuela?
Em relação à primeira questão é muito fácil a resposta. É sem qualquer dúvida que afirmo que o Presidente Hugo Chávez leu o meu anterior post e como admirador de vaginas que é decidiu, não só aprender a construir uma artificial (acredito que ele será um grande fã de “sucedâneos”) mas também a motivar os alunos venezuelanos promovendo desde tenra idade o desenvolvimento de hábitos e métodos de trabalho promotores de uma vida saudável.
Já em relação à segunda questão, não consigo encontrar uma resposta pois neste momento estou inerte de tanto medo: se o Sócrates sozinho já assusta, então “atracado” ao Chávez é melhor nem falar!
Ontem fui ver um filme que, embora americano e de certeza de orçamento elevado, se revelou uma óptima surpresa. “Lars e o Verdadeiro Amor”, assim se chamava a película, centrava-se num homem com uma timidez tão grande que o impedia de estabelecer qualquer relação de proximidade com as pessoas que o rodeavam. Essa timidez, em conjunto com uma grande solidão, levam Lars a comprar uma “boneca de silicone” ou “boneca do amor” a quem deram o nome de Bianca. A partir daí, Lars acredita que a boneca é a sua verdadeira namorada e, através de muitas peripécias, a relação vai-se desenvolvendo sendo totalmente aceite pela sua família e por toda a comunidade.
Ao sair do cinema não deixei de comentar que a razão pela qual tantas mulheres se encontram sozinhas é porque na realidade os homens só querem um corpo e nada mais. Já para mim, um “boneco do amor” não teria qualquer interesse, pois a ideia de ter um parceiro totalmente dependente de mim, sem vontade própria e em que a conversa estivesse ausente iria desagradar-me totalmente (grave no meio disto tudo é haver tantos homens de carne e osso que se podem classificar como “bonecos do amor”).
Mas, por si só, este filme nunca seria o tema do meu post não fossem as últimas notícias sobre o computador Magalhães. Segundo tenho lido, a distribuição deste computador pelas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, tem levado à discussão o “controlo parental” sobre as crianças que navegam na internet. Na sequência deste debate público muitos são os que têm feito pequenas demonstrações sobre as consequências que a ausência deste controlo poderá originar; repetem-se os textos sobre o que acontece quando se “googla” a palavra sexo, pénis ou vagina. Se em relação ao sexo e aos pénis já nada me surpreende, já no que diz respeito às vaginas pelos vistos ainda tenho muito que aprender (já se sabe que “em casa de ferreiro, espeto de pau”).
Desta feita, o meu grande espanto foi para um tutorial que ensina a construir uma vagina artificial caseira; é isso mesmo uma VAGINA ARTIFICIAL CASEIRA. Mas mais chocante ainda, é que se se pesquisar mais, ainda se encontram outros sites que explicam outras formas de construir vaginas artificias caseiras.
Acredito que existem no mundo vaginas verdadeiras em número suficiente para satisfazer quer todos os indivíduos do género masculino, quer as lésbicas que por aí pululam. Não consigo aceitar que um homem prefira realmente um “sucedâneo” em vez do produto original. No entanto resta-me esperar que todos sejam como o Lars que decide acreditar que a sua Bianca morre para que possa ficar com a rapariga gira de carne e osso.
Hoje termina o Verão e com ele chega o Outono, a minha estação preferida. Com o fim da época estival, também tudo parece entrar na normalidade: não há mais barraquinhas, nem colunas a debitar vários quilowatts de som na doca de Faro; já é fácil chegar até à Praia (pena que não haja nem uma “ondita”…) e até já se conseguem fazer umas compras no Jumbo…
Mas de tudo o que aconteceu este fim-de-semana saliento a festa de encerramento do Nikki Beach de Vilamoura. Foi assim uma espécie de encerramento da silly season, em que todos deveriam ir vestidos da mesma cor - o vermelho (ou de encarnado como dizem os meus conterrâneos; é mais chique…) – e desfrutar do set promovido pelo DJ Ravin (desfrutar é mesmo a palavra exacta, pois naquele sítio não se dança, vá lá saber-se porquê…). Claro que na noite passada, o destino fazia das suas e as coisas não iriam correr como previsto.
O recinto não se enchia de pessoas, o dress code não era respeitado e havia mesmo quem dançasse num espaço exíguo, o único protegido da cacimba que não ia embora. Os empregados vestidos de branco distribuíam toalhas aos poucos clientes que ainda por lá estavam, o DJ aceitava pedidos de música e os “conhecidos” não conseguiam camuflar o ar aborrecido provocado por aquela noite fria. Não havia muito para fazer, as bailarinas não dançavam nada de jeito, os ingleses estavam completamente bêbados, a “oferecida” insistia em manter os seus seios em cima da mesa de mistura do DJ e até a ausência/presença de roupa interior feminina nalgumas das presentes já não suscitava comentários.
É então que tenho uma epifania: vejo um indivíduo cabisbaixo revelando uma elevada mestria em manter o seu rosto oculto pelo seu longo cabelo, todo vestido de preto e que numa primeira aproximação se poderia classificar de gótico. À medida que a música que passava se ia tornando mais comercial, também o “Gótico” alterava o seu comportamento: já batia ritmadamente o pezinho e até fazia um ou outro arqueio de anca. Percebi que por muito gótico que ele fosse, lá no fundo, mas bem no fundo, de certeza que seria um betinho.
É assim que a minha visão dos outros muda radicalmente e agora quando oiço, por exemplo, o Pedro Passos Coelho sei que ele no seu íntimo gostaria de ser o Eládio Clímaco e apresentar o Eurofestival da Canção (isto para não falar de outras sensações que a voz daquele homem desperta em mim; a do PPC, é óbvio…). Quanto a mim, acho que chegou a altura de assumir que às vezes (muito raras), embora tal facto não se descortine através da minha imagem usual, também sou um pouco bimba – é que eu gosto de ouvir o Luís Miguel cantar!
Numa aula de Tango em plena Buenos Aires, chega um homem barbudo de ar enigmático, pousa a pasta que carregava, não fala com ninguém e fixa o seu olhar no chão.
Eu que descansava um pouco, antes de reiniciar mais uma tentativa de dança, sinto uma enorme curiosidade em tentar perceber o que ele observava. Só poderiam ser os pés das pessoas que dançavam.
Eu sei que o Tango é uma dança muito elegante em que os pés deslizam, as pernas se entrecruzam e a sensualidade nunca está ausente, mas para mim teria de haver mais qualquer coisa. Reflecti, reflecti e cheguei à conclusão que o já referido senhor teria um gosto particular por pés (ou sapatos). Claro que desde sempre soube que esse gosto particular por pés não é assim tão raro e muito menos exclusivo dos homens. O que para mim é novidade é a forma dissimulada como as pessoas, sobretudo os homens, realizam as suas fantasias mais íntimas.
O fetiche pelos pés está presente em muitas situações e será porventura o mais frequente na nossa sociedade:
- A Cinderela com os seus sapatos de cristal, inculcando logo nas meninas de tenra idade a ideia de que “gaja que é gaja anda de saltos”;
- A bota Botilde especialmente desenvolvida para raparigas mais “arrapazadas”, para que quando se tornem adultas se viciem em comprar botas, muitas botas (pretas, castanhas, azuis, verdes, cinzentas e até brancas; sim eu tenho umas botas brancas);
- A série “Sexo e a Cidade” que gira em torno de quatro amigas trintonas nova-iorquinas que são lindas muito lindas, e que todo o seu glamour resulta das centenas de euros que gastam em sapatos de marca, especialmente do Manolo Blahnik (para quem não tem esse dinheiro resta-lhe a consolação de comprar uma calçadeira em forma de sapato com um salto de 12 cm do mesmo estilista, numa loja de design…);
- A atribuição do prémio “Bota de Ouro” ao melhor marcador conseguindo deslocar para o campo dos adeptos futebolísticos algumas mulheres que ainda resistem a gostar desse desporto tão primário.
Acho que começo a acreditar que Deus existe mesmo, também é podófilo, e que é por isso que não tem feito nada de jeito nestes últimos milénios!