Segunda-feira, 31 de Agosto de 2009

A auto-estima masculina... ou como afinal existem mitos que não passam de realidades

 

Se fosse eu uma promissora colunista com ânsias de vingar no meio editorial, teria com este texto a oportunidade da minha vida. Vou escrever sobre sexo e mais propriamente sobre o tamanho do pénis, um assunto tantas vezes focado em conversas entre as mais variadas pessoas e tantas vezes acompanhado de risotas, esgares de olhos comprometedores ou tiques nervosos denunciadores de alguma falta de auto-estima.
 
Como pretendo continuar com a minha modestas linha editorial (repleta de bom gosto e de harmonia literária) desde já indico que a linguagem abusiva irá estar ausente e que qualquer referência pornográfica subjacente ao presente texto será da inteira responsabilidade do leitor.
 
Já muitos estudos foram feitos sobre o tamanho (comprimento e diâmetro) do pénis, envolvendo uma série de medições de pénis erectos e não-erectos. Muitos são os que se sentem orgulhosos com as suas medidas, mas muitos também são os que receiam estar abaixo da média.
 
Entre as mulheres o assunto também é discutido sempre de forma bem disposta. Raras não são as vezes em que entre amigas ou conhecidas se fazem alusões à proporcionalidade existente entre a altura de um cavalheiro e o tamanho do seu órgão sexual ou ao volume entre pernas que se vislumbra numas calças mais aconchegadas.
 
Com o advento da liberdade sexual e da naturalidade com que são abordados actualmente as questões relacionadas com a sexualidade, todos os que são suficientemente esclarecidos saberão que o tamanho de um pénis pouco tem a ver com a satisfação sexual feminina, ao contrário da homossexual masculina (que segundo me tinham dado conhecimento é altamente dependente do tamanho do órgão penetrador). As novas gerações discutem estes assuntos com naturalidade e a tecnologia adaptou-se existindo actualmente no mercado preservativos de vários tamanhos adequados a todos os utilizadores e que são distribuídos gratuitamente em todo o mundo em organismos governamentais, locais de divertimento nocturno e outras instituições.
 
            A par de toda esta informação disponível existem ainda mitos que perduram, como o tamanho dos falos africanos terem um tamanho superior ao médio caucasiano e dos asiáticos, além de amarelos, serem bastante pequenos. Mas há medida que o nível de instrução das populações aumenta, estes mitos vão caindo por terra e todas os desvios à normalidade que se vão encontrando ao longo da vida só servem para confirmar o que é usual ou habitual.
 
            É com base em regras que a sociedade funciona e são elas que em larga medida normalizam a nossa vida. Recentemente tive conhecimento que um europeu caucasiano adjectivou um preservativo disponibilizado gratuitamente num bar gay japonês como de “muito apertadinho e curtinho” informação que tem desencadeado um turbilhão de considerações.
 
Depois de muito reflexão afinal compreendi que também os homens sabem a verdade – não é o tamanho que interessa, mas sim a habilidade!
publicado por Veruska às 01:14

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Quinta-feira, 20 de Agosto de 2009

Mais um bocadinho do meu Japão

 

Apesar de passada quase uma semana após o meu regresso ainda é muito difícil organizar as minhas ideias e apresentar-vos um relato coerente e que traduza exactamente o que senti durante os dias em que estive por terras japonesas. Tudo o que vivi irá fazer parte das minhas memórias para sempre. Tão importantes foram os sismos de grande intensidade que experienciei em Tóquio, a serenidade de Koyasan, a chatice de Takayama, a imponência de Nikko, como os arranha-céus de Shinjuku.
 
Depois de muitas tentativas lá consegui organizar (embora de uma forma muito subtil) uma pequena parte do meu pensamento.
 
1º) A tecnologia quase ausente
 
            Foi por Osaka que iniciei a descoberta do Japão. Também foi em Osaka, mais propriamente no aeroporto que a primeira fantasia sobre o Japão caiu por terra. Ao desembarcar naquela que é considerada uma grande metrópole fiquei desde logo pouco impressionada com o seu aeroporto – os painéis electrónicos informativos eram praticamente inexistentes, espalhados pelos corredores existiam vários cartazes escritos “à mão” e até o controlo policial parecia demasiado arcaico. Ora, não era essa a história que me tinham contado sobre o Japão; desde sempre que tinha a ideia que o Japão era o país mais avançado do mundo em termos tecnológicos…
 
            Claro que tudo isto não tinha passado de um susto de muito curta duração. Logo no controlo policial a comunicação foi possível através de um monitor que debitava as instruções necessárias para realizar o registo de dados biométricos em… português.
 
Ao longo dos 18 dias em que permaneci nas terras do Sol Nascente as minhas expectativas não saíram defraudadas pois todos os dias constatava que a tecnologia apesar de subtil estava lá para ficar, sendo um dos casos mais clássicos as fantásticas casas-de-banho estilo ocidental. Nestes espaços quase tudo é electrónico - a descarga do autoclismo desencadeada por um movimento de mão, o bidé incorporado nas sanitas de tampo aquecido e o som de descarga também activado por sensores com o objectivo de impedir que se oiçam os verdadeiros barulhos quando se utilizam as instalações sanitárias.            
 
 
2º) Assustando as criancinhas
 
Sendo um Japão um país com uma das maiores economias mundiais e pertencendo a várias organizações internacionais esperava que a comunicação não fosse um problema tão presente nestas semanas passadas por lá.
 
O primeiro problema real surgiu no segundo dia em plena estação de Osaka (metro e comboios) quando nos deparamos com inscrições praticamente só em caracteres japoneses, dezenas de corredores e centenas ou milhares de pessoas em passo apressado. Várias foram as tentativas frustradas de comunicação. Rapidamente constatei que o inglês não é uma língua compreendida ou falada pelos japoneses (houve mesmo sensação de que alguns recepcionistas dos hotéis por onde passei, não percebiam uma palavra de inglês). A par de tudo isto, rapidamente percebi que o meu aspecto ocidental era também um entrave à aproximação dos autóctones.
 
Quando os interpelava alguns afastavam-se, outros riam de forma disfarçada e algumas criancinhas choravam e fugiam. Fui alvo de fotografias tiradas de forma discreta e utilizando algumas das mesmas estratégias que eu própria usava quando queria fotografar meninas vestidas com iucata ou rapazes de penteados estranhos, unhas pintadas e sobrancelhas rapadas.
 
Tal como nos explicaram e apesar dos japoneses serem um povo muito simpático, cortês e prestável, as relações com os ocidentais não são uma coisa desejável. E quanto à aprendizagem do inglês esta é praticamente inexistente e facilmente relegada para segundo plano.
 
3º) Os malucos dos japoneses
 
O Japão é um país de contrastes. A par da tradição sempre presente nos templos e santuários espalhados por todas as cidades existe também a sensação de que o Japão e mais concretamente Tóquio, não é real e que não deve ser mais do que vários hologramas  que projectam uma realidade virtual saída de um qualquer livro de banda desenhada.
 
Nas ruas coexistem pessoas de quase todas as tribos urbanas que se possam imaginar e de mais algumas que eu nem imaginava que existiam. De todas, aquelas que mais me impressionaram foram as “Lolitas” (raparigas que vestem roupas de inspiração vitoriana ou rococó tentando imitar bonecas de porcelana). Dos rapazes também muito se poderia dizer, especialmente daqueles que só vestem roupa de designers conceituados, usam maquilhagem, pintam as unhas e arranjam o cabelo de uma forma impossível de explicar.
 
A vida nocturna também merece aqui um parágrafo específico. Num primeiro olhar quase se poderia dizer que ela era inexistente, mas depois de alguns dias compreendi que ela existe, só que de uma forma totalmente diferente da existente em Portugal. Até por volta das 22 horas os restaurantes estão cheios e as ruas intensamente iluminadas pelos néons, fervilham de vida. À medida que os restaurantes vão fechando (e eles fecham pouco depois das 22 horas) algumas pessoas vão para as salas de jogo jogar pachinko e a maioria delas vai não se sabe para onde. Nas ruas ficam apenas os proxenetas que, de tão bem vestidos, conseguem ofuscar qualquer pessoa. No Japão há prostitutas para todos os gostos, desde as “european cats” até às senhoras vestidas com trajes tradicionais japoneses.
 
O consumismo é uma realidade japonesa e o poder de compra dos japoneses faz com que a loja mais frequente no Japão seja, quase de certeza, a Chanel seguida de muito perto pela Louis Vuitton. Os homens usam malas de senhora e as senhoras calçam botas de borracha Hermès ou de qualquer outra marca do género. Para os que têm menor poder económico também existem boutiques e sapatarias sendo estas últimas caracterizadas pelo peculiar sistema de catalogação dos sapatos – os tamanhos existentes são o S, o M ou o L.
 
Nos espaços fechados não se fala ao telemóvel e nem se fuma. Nos espaços ao ar livre também não. Quem quer fumar vai para um smoking point e quem quer falar ao telemóvel não sei como faz. Durante este tempo todo não devo ter visto mais de três pessoas a falar ao telemóvel. Não cheguei a perceber o que fazem eles com este aparelho para o qual olham constantemente, teclando como se não houvesse dia de amanhã.
 
 
Em suma, é uma viagem que recomendo vivamente a todos.

 

publicado por Veruska às 21:41

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Domingo, 16 de Agosto de 2009

Um bocadinho do meu Japão...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Veruska às 13:13

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