Há alguns anos lembro-me de ter ficado abismada quando vi o deputado Ricardo Rodrigues roubar os gravadores ou gravador dos jornalistas da revista Sábado. A subtracção foi feita de forma discreta e só denunciada pelas gravações vídeo que decorriam simultaneamente.
Também me recordo de pensar que devia de haver algo de errado em toda a situação. Parecia-me impossível que um deputado pudesse protagonizar tão desprezível acto e ainda por cima ter negado que o tivesse feito. Não fossem as imagens existentes e se calhar ainda hoje os jornalistas da Sábado passariam por impostores.
Ricardo Rodrigues, alegou que os jornalistas estariam a tentar “denegrir a sua imagem pública” e que o registo áudio seria o meio de prova. Alguns anos depois, o Tribunal dita que o referido senhor é culpado dos crimes de atentado à liberdade de imprensa e crime de atentado à liberdade de informação ficando obrigado a um pagamento de uma multa de 4950 euros.
Não sei se esta será a decisão final ou se, pelo contrário, o processo poderá ser alvo de recurso para outras instâncias. Mas curioso no meio disto tudo é a nota com que termina o artigo do Público no qual me baseei para escrever este post. De acordo com o escrito pelo diário “depois de Ricardo Rodrigues ter ficado com os gravadores, foi nomeado para o Conselho Geral do Centro de Estudos Judiciários, e integra, actualmente, a Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, na condição de suplente”.
Compreendo agora que o senhor deputado não larapiou qualquer gravador em vão. Ele estava apenas a prestar provas da arte de surripiar. Não me parece que tenha tido uma boa nota. Apenas a suficiente para fazer parte do Conselho Geral do Centro de Estudos Judiciários. Caso tivesse conseguido evitar as câmaras durante o acto, estou certa que não seria um mero suplente da Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, mas sim um membro efectivo já com obra feita.
Desde que vi A Noiva que gosto das peças da Joana Vasconcelos. Acho piada ao conceito que envolve cada peça e à construção / desconstrução que é preciso fazer para conceber cada uma delas. É claro que nem todas são alvo da minha predilecção especial, mas de uma forma geral, posso afirmar que em todas existe algo que suscita em mim algum prazer (objectivo último da Arte).
É também o facto de esta artista plástica ser a preferida do meu sobrinho de 9 anos (…ainda recordo o dia em que com apenas 7 anos ele se virou para mim e disse “a minha artista plástica preferida é a Joana Vasconcelos; adoro os sapatos de tachos!”), que me faz pensar que afinal, algures na minha linhagem genética se encontra algo de valor e posso ter esperança no que diz respeito ao perfil intelectual do meu filho.
Mas não sendo eu, a mais importante em toda esta retórica, parto já para aquilo que me maravilha em toda esta pequena estória – o facto de uma portuguesa conseguir levar a cabo uma exposição no Palácio de Versailhes. Há quem diga que ela tem um feitio do pior, que a sua obra é desprovida de conteúdo, que lá no fundo ela não passa de uma boa relações públicas pejada de conhecimentos, etc, etc., mas o que ela alcançou nestes últimos dias é inédito e esperemos que outros portugueses lhe consigam seguir as pisadas.
Acredito que em Portugal existirão jovens aspirantes a artistas inspirados pela sua exuberância, irreverência e iconoclastia, tendo eu avistado recentemente uma das obras mais emblemáticas de um destes desconhecidos pseudo-artistas. Dele só sei onde se localiza o seu atelier (um modesto quarto andar de um prédio com vista para a Ria Formosa). De resto desconheço tudo: se será mulher ou homem, bonita(o) ou feia(o), se cria de noite ou de dia, se pretende a fama ou o anonimato…
Mas o que ninguém pode negar, são os aspectos que se colam a toda a imagética de Joana Vasconcelos. Observando a sua última criação – Bobi à Varanda – salta-me logo à vista:
- o cão dálmata em loiça numa colagem à iconografia de Bordalo Pinheiro;
- o regador de plástico como que nos remetendo para o Garrafão;
- as cadeiras de plástico à espera de serem cobertas por rendas tecidas por artesãs esforçadas;
- as jarras com flores numa alusão directa às plumas do Helicóptero;
- a unidade exterior do ar condicionado remetendo-nos para a cama de Maria Antonieta.
Fico feliz por partilhar o condomínio com tão talentosa(o) artista e espero vislumbrá-lo num futuro próximo. Se a Joana Vasconcelos é patrocinada pela Louis Vuitton, no mínimo a(o) artista cá da rua será apoiada pela Bata. Bastará estar atenta aos acessórios.
Em pequena gostava de cantar. Sabia que o fazia muito mal, mas gostava mesmo assim. Esforçava-me para conseguir boas interpretações. Queria cantar no pequeno coro do colégio que frequentava. Almejava ser a menina popular.
Com o passar do tempo e sobretudo com a objectividade e lucidez da irmã Isilda fui-me habituando à realidade fria e cruel de que os dotes vocais eram omissos no meu ser. Desmotivei por completo em relação a essa área, mas tenho incentivado por todos os meios possíveis o gosto pela música no meu filho.
Depois de um período mais jazz, resolvi descer ao nível de uma criança de 6 meses e ouvir canções como O Balão do João (a sua preferida), o Atirei o Pau ao Gato ou Olha a Bola Manel. Mas foi com a canção A Loja do Mestre André que surgiu a inspiração para esta pequena reflexão. Na dita cançoneta alguém foi à loja do Mestre André comprar um pifarito. Nas primeiras vezes em que a ouvi, não liguei muito a esse pormenor. Comprar um pifarito, um pianinho, um tamborzinho ou outro instrumento qualquer era-me, na altura, totalmente indiferente. Mas depois de ver o Prometheus (filme do Ridley Scott) tudo começou a fazer sentido.
Na referida película os seres, supostamente os nossos criadores (ou qualquer coisa do género) accionam os seus veículos espaciais tocando um pifarito, como que nos dizendo, sim nós fomos à loja do Mestre André em Portugal.
Este facto assim isolado, parece não ter nenhuma importância especial, mas se lermos com atenção as notícias de hoje, vemos que ele se reveste de um elevado interesse. De acordo com o jornal i, o Partido Socialista acusa Vítor Gaspar e Pedro Passos Coelho de fazerem papel de “zombies”. Observando-os com atenção consigo compreender o que está na base dessa acusação/revelação, levando-me a concluir que Portugal entrou definitivamente na indústria dos efeitos especiais.
Também hoje veio a público que nos Estados Unidos se utilizou um busto de George W. Bush numa cena de uma série televisiva. A cabeça apareceu espetada numa estaca e, segundo os criadores, isso deveu-se ao facto de ser necessário aproveitar material existente nos estúdios. Soubessem eles das qualidades dos nossos efeitos especiais, não teriam hesitado em nos contratar.
Tenho uma compleição física robusta. Tenho pernas “grossas”, ancas largas, braços pujantes, seios generosos e uma barriga imponente que pode levar ao engano qualquer operadora de caixa de hipermercado. Não é que alguma vez tenha sido verdadeiramente magra, mas o corpo que sobrou da gravidez tardia em que me meti, precisa de muito trabalhinho físico sob pena de nunca mais voltar a adquirir a harmonia de outros tempos.
Se o perímetro da coxa ou dos braços não me preocupa grandemente, já o abdominal tem sido motivo de reflexões constantes. Durante anos investi num guarda-roupa repleto de saias que agora só a muito custo se mantêm fechadas em torno deste ventre que preferia ver inchado invés de repleto de adiposidades. Tenho tentado disfarçá-lo com um sem número de acessórios desde a camisolas pretas até colares, sempre na expectativa que quando alguém na rua vire a cabeça para me observar não se sinta desiludido com o que vê.
Apesar de não padecer de baixa autoestima, hoje ao acordar senti-me particularmente confiante e arrisquei numa saia em conjunto com uma t-shirt colante ao corpo revelando não só um decote cheio quase a rebentar, mas também a cintura expandida do meu corpo. Agora percebo qual a razão de tão bem-estar; estou em sintonia com a mulher em quem poderia dar uma queca, caso a minha orientação sexual fosse outra – a Rhianna.
A menina dos Barbados (que a mim me faz recordar as minhas férias no Belize…) usou uma dupla no seu anúncio aos jeans Armani. Não sei o que é que ela teme; se calhar tem celulite nos glúteos, pneu em torno da cinta ou estrias nos flancos. Ora, a casualidade cósmica tem destas coisas e pelos vistos padecemos do mesmo mal.
Tenho agora uma esperança renovada no aspecto que apresento. Com um bocadinho de jeito e com os conhecimentos certos, ainda posso vir a protagonizar um anúncio cheio de cenas carregadas de erotismo ou mesmo vir a ser a próxima capa da Playboy em Portugal.
Assim que o meu filho nasceu, e depois de saturada da música clássica adaptada a bebés, percebi que afinal ele acalmava mais facilmente ao som dos meus cd’s. Comecei com um imberbe Justin Timberlake ao qual se sucedeu uma Jane Monheit mais madura e com toquezinho de bossa nova. É ao som desta cantora que ele agora adormece, e não é por a sua música ser enfadonha ou monocórdica.
Não pretendo com isto, garantir que o meu filho seja culto. Apenas pretendo que adormeça rapidamente e me deixe sossegada a escrever os meus tão oportunos post’s. Mas como a repetição só funciona bem se for uma figura de estilo, encetei nestes últimos dias uma revolução cultural cá em casa e agora uma das grandes preferências do meu filho de 6 meses é a Emeli Sandé, embora esta senhora também já me esteja a levar à loucura.
É também uma revolução cultural que o cardeal patriarca de Lisboa defende como resposta à crise. Como qualquer solução é sempre bem vinda, há que a aplicar em tempo recorde, sem haver lugar a grande morosidade. Foi o que aconteceu no Porto. Assim que foram conhecidas as sugestões de Dom José Policarpo, a Porto Menu, resolveu aceitar o repto e aplica-las de imediato.
O veículo foi o seu Guia de Restaurantes, Cafés e Bares. Com ele pretendeu-se incentivar a aprendizagem da gramática portuguesa, partindo de um exemplo simples, curto e simbólico. Na lição disponibilizada pela capa do já referido guia, vê-se a frase “Rio és um fdp” ficando o exercício de análise a cargo de cada um de nós. Há quem pense que tal frase possa ser uma ofensa dirigida ao autarca Rui Rio, mas nada disso. Ela é tão somente um ensinamento que nos permite concluir que "Rio" é um substantivo próprio que significa um curso de água e o resto são três iniciais, um verbo e um artigo".
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