Já tive muitos sonhos. Sonhei com profissões, com modos de vida, com aspirações, com conquistas e sei lá mais o quê. Também sonhei com corpos. Corpos belos, esbeltos, harmoniosos, tonificados… Não era que cobiçasse alguém em especial, mas desejava nessa altura que o meu materializasse tudo o que atrás escrevi.
Uma das minhas aspirações era conseguir a “The gap” entre as minhas coxas internas. Coisa que nunca sucedeu apesar das horas de ginásio a que submetia as minhas pernas. Eram as aulas de Step, seguidas das de Body Pump com cargas que hoje me assustam só de pensar nelas, intercaladas com as de Body Combat, seguidas de longos percursos de patins em linha ao longo da costa do Guincho desafiando o vento que teimava em me alterar o equilíbrio.
Nunca a consegui e por volta dos 30 anos compreendi que existia vida para além da “The gap”, mudei de cidade e nunca mais me preocupei com tal aspecto da minha vida. Hoje sei que apenas algumas mulheres a conseguem. Sim, algumas têm sorte e essa fenda inter-coxas está lá desde sempre e só depois de muita asneira alimentar desaparece sem nunca mais retornar.
As manequins preocupam-se muito com este aspecto da sua aparência e por essa razão as marcas que nelas se apoiam utilizam todas as artimanhas para que o seu equilíbrio natural perdure mesmo quando dele já nem rasto há. Quando tudo falha, o Photoshop faz maravilhas, embora a noção de maravilha tenha vindo afastar-se da minha própria noção de maravilha. Desafio mesmo qualquer mulher com mais de 30 anos a afirmar que as imagens da Victoria’s Secret possam ter algo de belo.
O ponto fulcral aqui é mesmo a idade. Parece que os 30 anos funcionam como um marco pleno de clarividência que nos leva a desistir das “The Gap” da vida. Mas como por cá, ver mais além é sinal de “xico-espertismo” e se calhar o melhor “é mesmo lixá-lo, para ele aprender”, há já quem ouse pôr em causa as capacidades físicas a partir dessa idade obrigando os condutores a uma revalidação carta de condução.
Ah, mas como a revalidação é administrativa, a verdadeira razão por trás desta medida não serão as condições médicas e psicológicas do condutor, mas sim, o amealhar de mais alguns euros…
O meu filho nasceu de uma cesariana muito complicada. A possibilidade do desfecho culminar numa tragédia para mim, para ele ou para ambos era muito alta e por isso todo percurso que levou até esse momento foi penoso, cheio de altos e baixos, conflitos emocionais e medos impossíveis de descrever.
Mas foram nos dias de recuperação em meio hospitalar, que se seguiram ao parto do meu filho, que se desenrolaram os acontecimentos que desencadeiam hoje em mim um novo temor. Por esses dias, uma senhora muito jovem, de cabelo comprido, figura elegante, olhar vibrante e ausente, vai convalescer na enfermaria onde me encontrava. Por estar acamada na outra ponta do quarto, não pude entabular qualquer conversa com a jovem que intuia simpática (intuação totalmente errada e grandemente condicionada pela forte medicação analgésica que condicionava o meu pensar).
Chegada a hora das visitas, apercebi-me que afinal ela não seria portuguesa, que tinha dois filhos terríveis e que o marido era muito pouco civilizado. Nesse período em que a enfermaria se transformava com a animação das conversas cruzadas entre quem estava presente, se exultavam os bebés recém-nascidos e se tentavam encontrar pontos de contacto entre quem se desconhecia, eu sofria, sofria e muito. Os filhos da senhora, que agora já não me parecia tão bela (mudança de opinião despoletada pelo avistamento de alguns dentes de ouro), corriam ao longo do quarto, chocando frequentemente com a minha cama, provocando a contração muscular do meu corpo que acentuava as já muito intensas dores.
Depois de mais alguns episódios de desregramento total que incluíram o esposo a fumar em plena enfermaria, os miúdos a desenrolarem todo o papel higiénico do wc das grávidas/puérperas e outras coisas que me recuso a explicitar neste blog, lá foram eles expulsos tendo da enfermaria e confinados a um quarto individual.
Sete meses depois, aquilo que já parecia esquecido volta de novo a assombrar-me. A jovem magra que podia ter muito “bom aspecto” mas que parece “acabada”, os cabelos compridos ligeiramente desgrenhados, o sorriso forçado e inexpressivo parece reaparecer numa manequim fantástica – Sofia Aparício.
Pelos vistos, Sofia julga-se “uma princesa” e por isso adorna-se com um dente de ouro. Eu acho que mais cedo ou mais a tarde a vou ver a pedir num semáforo…
A especulação chegou à Ciência, nomeadamente à Física com a hipótese de ter sido descoberto o bosão de Higgs, partícula “essencial à explicação do mundo que nos rodeia, uma vez que é ela que confere, segundo o Modelo-Padrão, a sua massa às outras partículas (como os quarks, electrões e protões) - e que, sem ela, a matéria tal como a conhecemos, incluindo nós próprios, não poderia existir”.
Joe Incandela, professor de Física a trabalhar actualmente no CERN, explica como define a “partícula de Deus”: “Para mim, o Universo - ou seja, o espaço-tempo - não é vazio. É uma espécie de tecido - e, em todos os pontos desse tecido, há partículas que podem, de repente, existir e deixar de existir. Uma delas é o Higgs. O Higgs existe potencialmente; não está realmente lá, mas está lá num sentido virtual”.
O bosão de Higgs é simultaneamente uma onda e uma partícula, um conceito de difícil compreensão para a maior parte das pessoas, Por vezes dará jeito encará-la como uma onda e outras vezes como uma partícula, algo difícil de percepcionar no nosso quotidiano, embora em raras situações também comportamentos duais existam. Um dos exemplos que me ocorre é o do ministro Miguel Relvas (não é que tenha alguma coisa contra o senhor ou que queira denegrir a sua imagem, mas o que é um facto é que ele se põe mesmo a jeito).
Ora veja-se o percurso académico do senhor:
- 1984 – Inscrição no curso de Direito
- 1985 – Conclusão da cadeira de Ciência Política e Direito Constitucional e subsequente transferência para o curso de História
- 1995/1996 – Reingresso na Lusíada para o Curso de Relações Internacionais
- 2006 – Admissão na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
- 2007 – Conclusão da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais.
Tal como no bosão de Higgs, Miguel Relvas existe e deixa de existir no universo académico português; ora frequenta um curso, ora frequenta outro, ora estuda numa Universidade, ora estuda noutra. Ao longo do seu percurso só consegue concluir uma cadeira mas adquire o grau de licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais em apenas um ano lectivo, concluindo-se que ele mesmo ausente, só poderá estar lá virtualmente.
Preciso de uma baby sitter. Não sei se me vou sentir confortável deixando o meu filho com uma estranha, mas o que é certo, é que preciso de ter um pouco da minha vida de pré-maternidade. Procurei e facilmente encontrei uma que preenchia os vários requisitos, desde a competência ao preço que praticava.
Planeei uma saída, pré-programei tudo com a ama escolhida e tudo parecia correr bem. Na véspera ao reconfirmar tudo fui confrontada com um aumento de preço de 3 euros por hora em relação ao combinado. Achei caro, tentei renegociar e consegui um abatimento de 2 euros por hora.
Continuei a achar caro. Tudo o que lhe era pedido é que ficasse a ver televisão na sala enquanto o meu filho dormia (eu sei, tenho muita sorte; o miúdo dorme 11 horas seguidas durante a noite). Compreendo que o pacote mais básico da ZON não seja um atractivo, mas ganhar dinheiro de forma fácil não seria de desprezar em tempos de crise.
Mas hoje senti-me de novo optimista em relação ao assunto. Vou desistir da minha baby sitter e contratar um enfermeiro ou uma enfermeira…e já agora vou dispensar também a empregada!
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