Moro no Algarve há mais de 10 anos. Vim para cá por motivos de trabalho e depressa percebi que a vida por aqui é muito boa. Depois da resistência inicial e da quase revolta por deixar para trás Cascais e, sobretudo, Lisboa acabei por ir debicando aqui e ali tudo o que estava disponível por cá. As praias de águas quentes a meia dúzia de minutos de casa, a vista deslumbrante da ria ao acordar, as caminhadas por entre os flamingos ao fim da tarde e o tempo, que ao invés do que acontecia na capital, já não era passado no trânsito.
Com os devir dos anos, vieram as amizades, o disfrutar das atividades culturais e tudo o que de normal existe numa vida plena. A aculturação também fez das suas. Volta e meia solto um “Fáreeeeee” em vez de Faro, ou um “moce” em vez de moço ou um “almeriada” quando a coisa não está a correr bem. Gosto cada vez mais de passar tardes no Paquete, de passear na praia ou até ir ver os aviões aterrarem no aeroporto. Mas ainda falta muito para a integração plena. Faltam-me as roupas de Inverno quando o calor já é insuportável, a roupa de praia em situações formais, a quase recusa em ir à praia assim que a Primavera chega e a apatia perante a prestação de serviços sem qualidade.
Já do meu filho, posso dizer sem sombra de dúvidas que de algarvio deve vir a ter tudo. Face à sua tenra idade, ainda não sei se falará “algarvio” ou não, mas uma coisa já sei - quando ele vê uma pessoa em cuecas no meio da rua, isso só poderá querer dizer PRAIA (pelo menos era o que ele gritava quando via esta reportagem).
Portanto para o meu filho, a lógica que estará subjacente ao facto de andar um senhor de cuecas pelas ruas de Loulé com um cartaz a exigir que os alunos do 3ºano, integrados numa turma de 4ºano, pertençam à turma do 3ºano em que existem vagas, só poderá querer dizer que isto é tudo uma grande festa “maluca” e que de certeza todos irão passar os dias na praia.
É ao som ritmado de umas guitarradas de título Down the Hillside que descubro um título maravilhoso - É uma teia, um fungo ou um bicho? – acompanhado de uma fotografia enigmática que pretende representar uma “coisa desconhecida” encontrada na Amazónia Peruana por um estudante do Instituto de Tecnologia da Geórgia.
Os vários cientistas que têm tido acesso às imagens captadas avançam hipóteses como “uma teia, uma espécie de casulo em construção, uma aranha ou até um fungo”, mas nada de conclusivo surgiu até agora. O mistério continua e será necessário analisar em mais detalhe as estruturas encontradas.
A observação é a acção primordial do método científico. É após a constatação dos fatos, que se montam as hipóteses, se verifica a sua plausibilidade e por aí fora. É este pensar científico que pauta grande parte das minhas atividades ociosas. Confesso que tenho um particular gosto pela elaboração das hipóteses, mas isso nunca me impediu de aplicar em toda sua extensão este tipo de metodologia.
Também eu gosto de participar em novas experiências, descobrir novos mundos e encontrar seres diferentes. Desde há cerca de 3 semanas que procedo à observação de aviões. Gosto de os ver descolar e aterrar. Observo a forma como se fazem à pista e avalio o tempo que demoram a imobilizarem-se. As manobras em terra também são escrutinadas, o barulho dos motores avaliado. Não lhes tiro fotos, não aponto a sua matrícula e pouco me interessa a sua origem ou destino.
Mas após muitos Ryanair’s, Easy Jet’s e outros que tais, a minha acurada observação científica desviou-se para terra deixando o ar para segundo plano. Tal como o jovem estudante de tecnologia, também não sei que seres são esses que partilham comigo o planalto de terra batida sob sol abrasador. Serão meros curiosos, pessoas que sentem o apelo da tecnologia ou simples autóctones em pausa…Para já, mantém-se o mistério!
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