No início deste ano civil, dirigi-me a uma loja EDP para esclarecer umas dúvidas sobre a tarifa bi-horária de consumo de electricidade, à qual pretendia aderir. Nesses dias atingia-se o pico da promoção EDP-Continente, em que a fornecedora de electricidade creditava no cartão Continente 10% do consumo de electricidade realizado por quem aderisse ao programa.
Desde que o meu filho nascera, que o consumo de electricidade disparara e depois de várias simulações e ponderações parecia-me que o melhor era passar para a tarifa bi-horária. Cheguei a medo ao guichet onde pretendia ver esclarecidas as minhas dúvidas e logo após a saudação inicial sou prontamente confrontada e de forma muito simpática com a sugestão por parte do funcionário de aderir ao plano EDP/Continente. Recuso a proposta sem lhe dar grande importância e mais uma vez o funcionário me questiona sobre as minhas razões terminando com “olhe, que é a primeira pessoa hoje que recusa a adesão”.
Não dei importância ao facto e comecei a elencar todas as minhas dúvidas. Por várias vezes, me tentaram demover de aderir à tarifa bi-horária com argumentos que iam desde “olhe que o custo do kWh nas horas cheias é muito superior ao da tarifa normal” ou “não se esqueça que se ligar o aquecimento durante o dia, à noite a casa já está quente e ele não funcionará tão intensamente” ou mesmo “…e acha que consegue só utilizar as máquinas de louça e roupa depois da meia-noite???!!!”.
Continuei sem dar muita importância ao que me diziam e prossegui com os meus intentos. Cheguei a casa interiorizei que tinha de alterar alguns dos meus padrões comportamentais, elaborei uma grelha de excel com os consumos mensais e verifiquei logo na primeira semana, que já estava a poupar dinheiro (uma média de 15€ sem IVA para os meses em que tinha o aquecimento ligado) e ainda por cima mais do que pouparia se tivesse aderido ao plano EDP/Continente.
Sabia que não poderia controlar todas as variáveis da minha factura e sentia uma grande embirração com Imposto Especial de Consumo de Electricidade mas já estava resignada à minha sorte e esperava manter-me assim até à extinção das tarifas reguladas que aconteceria no final deste ano. Uma coisa era certa, não queria cá descontos em Cartão Continente (considerando os artigos que compro usualmente, o Continente tem os preços mais altos e aqueles descontos não me interessavam para nada).
Hoje recebo, juntamente com a factura de consumo eléctrico uma carta explicando-me que de acordo com o Decreto-lei 75/2012 de 26 de Março, a partir de 1 de Janeiro de 2013, caso não mude de comercializador, a tarifa transitória ver-lhe-á ser adicionada “um factor de agravamento, o qual visa induzir a adesão gradual ao mercado”.
Apesar de tal facto não ser novidade para mim, senti no ar algo mais do que um mero esclarecimento… Receei, mais uma vez, ver os meus custos fixos dispararem mas rapidamente o alívio proporcionado pelas últimas declarações do ministro Vítor Gaspar invadiu a minha mente. É que afinal de contas não é todos os dias que em Portugal “as pessoas estão completamente dispostas a sacrificar-se e a trabalhar mais para que o programa de ajustamento seja um sucesso desde que esse esforço seja repartido de forma justa”.
Espero agora ansiosamente pelo final do ano, altura em que a EDP irá, sem sombra de dúvida, repartir parte dos seus lucros pelos consumidores.
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