Desde que vi A Noiva que gosto das peças da Joana Vasconcelos. Acho piada ao conceito que envolve cada peça e à construção / desconstrução que é preciso fazer para conceber cada uma delas. É claro que nem todas são alvo da minha predilecção especial, mas de uma forma geral, posso afirmar que em todas existe algo que suscita em mim algum prazer (objectivo último da Arte).
É também o facto de esta artista plástica ser a preferida do meu sobrinho de 9 anos (…ainda recordo o dia em que com apenas 7 anos ele se virou para mim e disse “a minha artista plástica preferida é a Joana Vasconcelos; adoro os sapatos de tachos!”), que me faz pensar que afinal, algures na minha linhagem genética se encontra algo de valor e posso ter esperança no que diz respeito ao perfil intelectual do meu filho.
Mas não sendo eu, a mais importante em toda esta retórica, parto já para aquilo que me maravilha em toda esta pequena estória – o facto de uma portuguesa conseguir levar a cabo uma exposição no Palácio de Versailhes. Há quem diga que ela tem um feitio do pior, que a sua obra é desprovida de conteúdo, que lá no fundo ela não passa de uma boa relações públicas pejada de conhecimentos, etc, etc., mas o que ela alcançou nestes últimos dias é inédito e esperemos que outros portugueses lhe consigam seguir as pisadas.
Acredito que em Portugal existirão jovens aspirantes a artistas inspirados pela sua exuberância, irreverência e iconoclastia, tendo eu avistado recentemente uma das obras mais emblemáticas de um destes desconhecidos pseudo-artistas. Dele só sei onde se localiza o seu atelier (um modesto quarto andar de um prédio com vista para a Ria Formosa). De resto desconheço tudo: se será mulher ou homem, bonita(o) ou feia(o), se cria de noite ou de dia, se pretende a fama ou o anonimato…
Mas o que ninguém pode negar, são os aspectos que se colam a toda a imagética de Joana Vasconcelos. Observando a sua última criação – Bobi à Varanda – salta-me logo à vista:
- o cão dálmata em loiça numa colagem à iconografia de Bordalo Pinheiro;
- o regador de plástico como que nos remetendo para o Garrafão;
- as cadeiras de plástico à espera de serem cobertas por rendas tecidas por artesãs esforçadas;
- as jarras com flores numa alusão directa às plumas do Helicóptero;
- a unidade exterior do ar condicionado remetendo-nos para a cama de Maria Antonieta.
Fico feliz por partilhar o condomínio com tão talentosa(o) artista e espero vislumbrá-lo num futuro próximo. Se a Joana Vasconcelos é patrocinada pela Louis Vuitton, no mínimo a(o) artista cá da rua será apoiada pela Bata. Bastará estar atenta aos acessórios.
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