Até à cerca de 3 anos, fui obcecada por escritores, livros, palavras e ideias repletas de imaginação, fantasia e felicidade. Lia, lia, sem parar; assim que acabava um livro, saía para comprar mais. Comprava porque gostava das capas, porque gostava do título, do resumo ou simplesmente porque gostava de os tocar.
Quando descobria um autor lia tudo dele quase até à exaustão. Foi o que aconteceu quando descobri o Milan Kundera nos anos 90. Não sei por onde comecei, mas nunca mais esqueci A Insustentável Leveza do Ser ou A Valsa do Adeus ou ainda A Imortalidade. Com o início dos meus trintas e com a opção por parte do autor pela escrita na língua francesa, este meu gosto desvaneceu-se. No entanto, até hoje existe algo que nunca esqueci de um dos seus últimos livros que li (talvez A Lentidão ou A Ignorância) – uma mulher caminha na praia e pela primeira vez os homens que por ela passam já não viram a cabeça para a olhar com admiração.
Não sei que idade ela teria, mas de repente dei comigo a pensar que também eu já não fazia virar a cabeça dos homens, se é que alguma vez o tivesse feito… Pior, nem sequer faço virar a cabeça dos senhores que tentam aliciar quem por eles passa a aderir ao Barclaycard, aqui em Faro no Fórum Algarve, junto ao Jumbo.
Já tentei um sem número de estratégias. Passo por eles sozinha, acompanhada, com o miúdo, sem o miúdo, bem vestida, mal vestida. Uma vezes sorrio, outras vezes tento desviar-me (como se eles me obstruíssem o caminho) e até já deixei que o meu filho entrasse para dentro do stand para ir atrás dele. Já observei quem passava e imitei quem era abordado. Ora abraçava o meu marido, ora desabraçava-o; às vezes pegava no miúdo outras vezes substituía-o pelo telemóvel. Mas nada. Nunca aconteceu nada. Nenhum dos senhores do Barclaycard quiseram saber de mim.
Por isso para mim já não há piropos. Não há assédio, não há violência doméstica, nem sequer a hipótese de sorrir aos senhores do Barclaycard e dizer a mais pura das mentiras com um sorriso sedutor nos lábios “Já tenho!”.
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