Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2013

Eu, o mundo e... eu de novo

Uma versão deste meu post. :)

 

 

publicado por Veruska às 18:08

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Quarta-feira, 20 de Junho de 2012

Bobi à Varanda... ou como tenho uma vizinha(o) que é uma espécie de Joana Vasconcelos


 

Desde que vi A Noiva que gosto das peças da Joana Vasconcelos. Acho piada ao conceito que envolve cada peça e à construção / desconstrução que é preciso fazer para conceber cada uma delas. É claro que nem todas são alvo da minha predilecção especial, mas de uma forma geral, posso afirmar que em todas existe algo que suscita em mim algum prazer (objectivo último da Arte).

 

            É também o facto de esta artista plástica ser a preferida do meu sobrinho de 9 anos (…ainda recordo o dia em que com apenas 7 anos ele se virou para mim e disse “a minha artista plástica preferida é a Joana Vasconcelos; adoro os sapatos de tachos!”), que me faz pensar que afinal, algures na minha linhagem genética se encontra algo de valor e posso ter esperança no que diz respeito ao perfil intelectual do meu filho.

 

            Mas não sendo eu, a mais importante em toda esta retórica, parto já para aquilo que me maravilha em toda esta pequena estória – o facto de uma portuguesa conseguir levar a cabo uma exposição no Palácio de Versailhes. Há quem diga que ela tem um feitio do pior, que a sua obra é desprovida de conteúdo, que lá no fundo ela não passa de uma boa relações públicas pejada de conhecimentos, etc, etc., mas o que ela alcançou nestes últimos dias é inédito e esperemos que outros portugueses lhe consigam seguir as pisadas.

 

Acredito que em Portugal existirão jovens aspirantes a artistas inspirados pela sua exuberância, irreverência e iconoclastia, tendo eu avistado recentemente uma das obras mais emblemáticas de um destes desconhecidos pseudo-artistas. Dele só sei onde se localiza o seu atelier (um modesto quarto andar de um prédio com vista para a Ria Formosa).  De resto desconheço tudo: se será mulher ou homem, bonita(o) ou feia(o), se cria de noite ou de dia, se pretende a fama ou o anonimato…

 

Mas o que ninguém pode negar, são os aspectos que se colam a toda a imagética de Joana Vasconcelos. Observando a sua última criação – Bobi à Varanda – salta-me logo à vista:

- o cão dálmata em loiça numa colagem à iconografia de Bordalo Pinheiro;

- o regador de plástico como que nos remetendo para o Garrafão;

- as cadeiras de plástico à espera de serem cobertas por rendas tecidas por artesãs esforçadas;

- as jarras com flores numa alusão directa às plumas do Helicóptero;

- a unidade exterior do ar condicionado remetendo-nos para a cama de Maria Antonieta.

 

            Fico feliz por partilhar o condomínio com tão talentosa(o) artista e espero vislumbrá-lo num futuro próximo.  Se a Joana Vasconcelos é patrocinada pela Louis Vuitton, no mínimo a(o) artista cá da rua será apoiada pela Bata. Bastará estar atenta aos acessórios. 

publicado por Veruska às 11:13

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Quinta-feira, 4 de Junho de 2009

Hoje tive um Corvo de volta de mim... ou como juntei um palco e um supermercado no mesmo espaço

 

 
Em miúda era muitas vezes escolhida para interpretar as personagens principais dos teatrinhos lá da escola; não por possuir algum talento em especial, mas por ser alta e ter uma voz que “se ouvia por todo o lado”. À medida que fui crescendo e perdendo a minha graça natural de menina com jeito para as palavras lançadas ao vento, as artes foram, progressivamente, deixando de fazer parte da minha vida.
 
Nunca pensei nisso, até há cerca de três anos quando, por um mero acaso, subi a um palco, dancei pulando com toda a energia que tinha e beijei a face de um argentino já por duas vezes oscarizado e detentor de Globos de Ouro e BAFTA’s.  Nesse noite, ao assistir a um concerto dos Bajofondo (na altura ainda Tango Club) tive o meu primeiro real contacto com o Tango; pelo menos o primeiro que não incluía pessoas com mais trinta anos do que eu, semelhantes aos meus tios e pais (o conflito de gerações foi responsável por ter demorado anos a apaixonar-me por este género musical). Depois disso, e com muita pena minha, nunca mais subi a um palco para integrar uma performance. No entanto, hoje num local que frequento com assiduidade foi a performance que me integrou a mim e sem qualquer aviso prévio.
 
Como todos sabem sou uma grande fã do supermercado Pingo Doce, quer dos seus produtos de marca branca quer das refeições com um toque de “mamã” que é possível comer por lá. Nestas últimas semanas tem decorrido a Quinzena Italiana e hoje havia mesmo uma degustação de Carpacio e de Farfalle al Verdure e Salmone acompanhada de animação musical em que um violinista (e mais um outro musico do qual não tenho qualquer memória a não ser a de que ele “ocupava espaço”) tocava musica dos Xutos e Pontapés (tenho a certeza que existirá uma razão para a escolha do repertório e que não terá nada a ver com o facto de o violinista pertencer aos Corvos).  Aqui a menina que não perde uma promoção começou logo a dizer que assim que fosse buscar o tabuleiro queria comer o Carpacio (a felicidade por poder provar tão harmonioso prato era tão intensa que esqueci por completo que não como carne de vaca cozinhada e muito menos crua).
 
 
Quando finalmente vou buscar o meu pratinho de Carpacio tentam impingir-me um prato de massa que de imediato recuso. É nessa altura que sinto que alguém estava muito perto de mim, me rodeava e me envolvia de forma estranha. Tal era a minha vontade de comer o Carpacio e recusar o Farfalle al Verdure e Salmone que demorei algum tempo a perceber o que se passava. Mas assim que tomei consciência de que tinha um músico que sorria de orelha a orelha e tocava, movimentando-se em meu redor fixando em mim o seu olhar, baixei as guardas, sorri também e trouxe, além do Carpacio (de que não gostei e que apenas comi porque imaginei com todas as minhas forças que as fatias de carne fininhas eram presunto pouco curado) o prato de massa (absolutamente maravilhoso) que tentavam impingir-me.
 
Se eu já gostava do Pingo Doce, então a partir de agora…
publicado por Veruska às 23:48

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Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2009

Eu odeio "bicheza"... ou como também sou uma artista plástica

 

 

Os insectos são o grupo de animais mais diversificado existente na Terra e porventura, serão também os que existem em maior número e eu não tenho uma especial afeição por nenhum deles: não gosto de gafanhotos, odeio aranhas, abomino baratas, irritam-me as moscas… Se a esta classe juntar alguns rastejantes obtém-se a categoria da “bicheza” que eu simplesmente não suporto. 
 
Quando comecei a morar sozinha lembro-me de que o meu grande receio era ter de enfrentar uma aranha preta e não poder chamar pelo Paiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ou melhor ainda pela Mãeeeeeeeeeeeeeeeee que foi sempre a mais corajosa. Assim, a minha estratégia inicial foi comprar toda a gama de insecticidas para voadores e rastejantes, coisa que de pouco me valeu quando me defrontei com uma pequena osga. O bicho em causa revelou-se imune aos insecticidas e só morreu quando lhe dei com a lata em cima. Algum tempo depois mudei-me e também aí, nesse meu novo lar se deram vários encontros imediatos com a bicheza (embora considere que isso me tenha, a pouco e pouco, preparado melhor para a vida).
 
A protagonista do primeiro frente-a-frente foi também uma osga-bebé que eu avistei naquele que viria a ser o meu quarto, na primeira vez que visitei o apartamento. O susto foi brutal, o vendedor imobiliário riu-se e eu senti-me indignada e muito apreensiva com o futuro, tais eram as inúmeras dúvidas que surgiam:
- se a casa estava fechada por onde tinha entrado a osga???
- será que existia algures na casa um “ninho” de osgas???
- se nós íamos deixar tudo muito bem fechadinho, por onde iria sair a osga-bebé???
A ansiedade é tanta que, ainda hoje, a fantasia que não consigo controlar faz despertar em mim o temor de ao abrir um armário ou uma gaveta poder encontrar uma osga feita crocodilo…
 
Mas foi também nesta minha casa que outro pânico nasceu e que à custa de tantos encontros, acabou por desaparecer, hoje mesmo dia 16 de Janeiro de 2009: o pânico das baratas, esse insecto que eu só conhecia dos documentários da televisão. Da primeira vez que uma me apareceu em casa (ainda por cima no meu quarto) fartei-me de gritar e fugi, fechando a porta. É claro que alguns segundos depois voltei e fiz a única coisa que sabia fazer - despejar uma lata inteira de insecticida no quarto - saindo de seguida para trabalhar com uma nervosismo impossível de controlar. Desde então a minha atitude tem mudado e hoje alcancei o meu objectivo máximo ao pisar uma barata com as minhas crocs novinhas em folha sem ter dado conta disso. Não senti nervosismo, nada de nada e só pensava que já não bastava estar muito atrasada para ir trabalhar e o meu dia ainda tinha de começar a limpar aquele cadáver ali esparramado no chão!
 
Mas este acontecimento, por si só tão importante ou não assinalasse ele uma vitória do meu autocontrole, depois de associado a outros aspectos assume ainda maior importância. Nestes últimos dois a três dias, tenha vindo a ter vários problemas com os meus equipamentos eléctricos e electrónicos: a minha máquina digital avariou, não houve sinal da TV Cabo durante muitas horas seguidas, o teclado do telemóvel está a ficar estranho e até o meu e-mule bloqueou. Agora percebo que de alguma forma eu estou a aproximar-me de alguns artistas plásticos e que o meu trabalho se insere no domínio da bioarte. Enquando o artista Leonel Moura constrói robôs-insectos criando novas formas de vida artificial utilizando a tecnologia, eu faço precisamente o contrário.
 
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publicado por Veruska às 23:20

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