Desde que o hip-hop começou a ser falado em Portugal, ou pelo menos desde que ouvi falar dele lá para o final dos anos 80, que sinto uma grande atração, não tanto pela sua vertente cultural, mas mais pela sua musicalidade. A ideia de fazer uma canção praticamente só com o beat que nos pode levar ao êxtase foi uma grande ideia do senhor Afrika Bambaattaa e tornou-se numa arte da atualidade. Estou longe de ser uma especialista na matéria, mas não deixo de me impressionar com temas interpretados por Jay-Z, The Roots, Guru ou Kanye West, que me têm acompanhado ao longo deste meu crescimento físico e emocional e levado à loucura pontualmente, aqui e ali.
E no meio deste tema aparece a referência a Boaventura Sousa Santos. Não é que seja fã do senhor, ou melhor, nem sei se sou ou não, pois a verdade é que de vez em quando leio alguns dos seus textos, mas não me lembro de nenhum agora e se fizer um esforço também nada do que ele disse se acercará das minhas lembranças. Mas há algo que irá perdurar para sempre transformando-se no carimbo representativo deste que se intitula cientista social (termo que odeio e que já discuti com muitos professores desde o meu liceu até à minha especialização) – Boaventura Sousa Santos escreve rimas.
O seu gosto por Kanye West, quiçá acompanhado por um deleite especial por Kim Kardashian, levou-o a escrever rimas que são interpretadas por rapper’s. Pelo que leio na wikipedia, as suas reflexões “dedicam-se ao desenvolvimento de uma Sociologia das Emergências, que segundo ele procuraria valorizar as mais variadas gamas de experiências humanas, contrapondo-se a uma "Sociologia das Ausências", responsável pelo desperdício da experiência”. E não é que ele faz o seu trabalho muito bem feito!
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