Sábado, 14 de Setembro de 2013

Homem de cuecas... ou o estilo algarvio em todo o seu esplendor

 

 Moro no Algarve há mais de 10 anos. Vim para cá por motivos de trabalho e depressa percebi que a vida por aqui é muito boa. Depois da resistência inicial e da quase revolta por deixar para trás Cascais e, sobretudo, Lisboa acabei por ir debicando aqui e ali tudo o que estava disponível por cá. As praias de águas quentes a meia dúzia de minutos de casa, a vista deslumbrante da ria ao acordar, as caminhadas por entre os flamingos ao fim da tarde e o tempo, que ao invés do que acontecia na capital, já não era passado no trânsito.

 

Com os devir dos anos, vieram as amizades, o disfrutar das atividades culturais e tudo o que de normal existe numa vida plena.  A aculturação também fez das suas. Volta e meia solto um “Fáreeeeee” em vez de Faro, ou um “moce” em vez de moço ou um “almeriada” quando a coisa não está a correr bem. Gosto cada vez mais de passar tardes no Paquete, de passear na praia ou até ir ver os aviões aterrarem no aeroporto.  Mas ainda falta muito para a integração plena. Faltam-me as roupas de Inverno quando o calor já é insuportável, a roupa de praia em situações formais, a quase recusa em ir à praia assim que a Primavera chega e a apatia perante a prestação de serviços sem qualidade.

 

Já do meu filho, posso dizer sem sombra de dúvidas que de algarvio deve vir a ter tudo. Face à sua tenra idade, ainda não sei se falará “algarvio” ou não, mas uma coisa já sei - quando ele vê uma pessoa em cuecas no meio da rua, isso só poderá querer dizer PRAIA (pelo menos era o que ele gritava quando via esta reportagem).

 

Portanto para o meu filho, a lógica que estará subjacente ao facto de andar um senhor de cuecas pelas ruas de Loulé com um cartaz a exigir que os alunos do 3ºano, integrados numa turma de 4ºano, pertençam à turma do 3ºano em que existem vagas, só poderá querer dizer que isto é tudo uma grande festa “maluca” e que de certeza todos irão passar os dias na praia.

publicado por Veruska às 12:20

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Sábado, 2 de Fevereiro de 2013

Mais uma vez grito a plenos pulmões que consegui acabar o ISEL... ou melhor, tive um percurso exemplar

 

 

É verdade o que afirmo no título deste tão excruciante post: EU CONSEGUI TERMINAR O ISEL. Fiz o bacharelato no tempo previsto, interrompi os estudos por 1 ano e voltei para licenciatura, estudos que acumulei com o início da minha carreira.  Também este grau foi feito no tempo previsto sem grandes sobressaltos e com uma média simpática que me permitiu, anos mais tarde, ingressar numa carreira um pouco paralela à minha formação inicial.

 

Não precisei de fazer cadeiras ao domingo, nem de enviar trabalhos por fax ou mesmo de realizar grandes manobras ardilosas para ir alcançando o sucesso passo a passo. Gostei de muitas das cadeiras que frequentei. Jamais esquecerei conceitos que para a maior parte das pessoas são enigmas totais. E não tenho forma de agradecer a todos os professores que me ajudaram a construir o perfil científico que atualmente possuo.

 

Durante esses cinco anos, faltei a aulas, joguei às cartas como uma louca, abandonei salas porque não estava para ouvir o professor em tom monocórdico e até ouvi uma ordem de expulsão de um laboratório por estar a causar demasiada confusão. Durante esse riquíssimo período da minha vida houve uma coisa que nunca fiz: descurar o estudo, essencial para assegurar o meu futuro (palavras que na altura não faziam muito sentido para mim, mas que decidi acatar pois a sabedoria parental é sempre de considerar).

 

Hoje sei que tive um percurso académico exemplar e por isso vou já tentar reclamar mais 1 valor para a minha média final.

publicado por Veruska às 16:46

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Terça-feira, 3 de Julho de 2012

A dualidade onda-partícula... ou como se faz uma licenciatura com aproveitamento numa só cadeira

 

 

A especulação chegou à Ciência, nomeadamente à Física com a hipótese de ter sido descoberto o bosão de Higgs,  partícula “essencial à explicação do mundo que nos rodeia, uma vez que é ela que confere, segundo o Modelo-Padrão, a sua massa às outras partículas (como os quarks, electrões e protões) - e que, sem ela, a matéria tal como a conhecemos, incluindo nós próprios, não poderia existir”.

 

Joe Incandela, professor de Física a trabalhar actualmente no CERN, explica como define a “partícula de Deus”: “Para mim, o Universo - ou seja, o espaço-tempo - não é vazio. É uma espécie de tecido - e, em todos os pontos desse tecido, há partículas que podem, de repente, existir e deixar de existir. Uma delas é o Higgs. O Higgs existe potencialmente; não está realmente lá, mas está lá num sentido virtual”.

 

O bosão de Higgs é simultaneamente uma onda e uma partícula, um conceito de difícil compreensão para a maior parte das pessoas, Por vezes dará jeito encará-la como uma onda e outras vezes como uma partícula, algo difícil de percepcionar no nosso quotidiano, embora em raras situações também comportamentos duais existam. Um dos exemplos que me ocorre é o do ministro Miguel Relvas (não é que tenha alguma coisa contra o senhor ou que queira denegrir a sua imagem, mas o que é um facto é que ele se põe mesmo a jeito).

 

Ora veja-se o percurso académico do senhor:

- 1984 – Inscrição no curso de Direito

- 1985 – Conclusão da cadeira de Ciência Política e Direito Constitucional e subsequente transferência para o curso de História

- 1995/1996 – Reingresso na Lusíada para o Curso de Relações Internacionais

- 2006 – Admissão na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

- 2007 – Conclusão da licenciatura em  Ciência Política e Relações Internacionais.

 

Tal como no bosão de Higgs, Miguel Relvas existe e deixa de existir no universo académico português; ora frequenta um curso, ora frequenta outro, ora estuda numa Universidade, ora estuda noutra. Ao longo do seu percurso só consegue concluir uma cadeira mas adquire o grau de licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais em apenas um ano lectivo, concluindo-se que ele mesmo ausente, só poderá estar lá virtualmente.

publicado por Veruska às 17:46

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Sexta-feira, 8 de Junho de 2012

A revolta cultural em curso...ou como por vezes a rapidez surpreende qualquer um


 

Assim que o meu filho nasceu, e depois de saturada da música clássica adaptada a bebés, percebi que afinal ele acalmava mais facilmente ao som dos meus cd’s.  Comecei com um imberbe Justin Timberlake ao qual se sucedeu uma Jane Monheit mais madura e com toquezinho de bossa nova. É ao som desta cantora que ele agora adormece, e não é por a sua música ser enfadonha ou monocórdica.

 

Não pretendo com isto, garantir que o meu filho seja culto. Apenas pretendo que adormeça rapidamente e me deixe sossegada a escrever os meus tão oportunos post’s. Mas como a repetição só funciona bem se for uma figura de estilo, encetei nestes últimos dias uma revolução cultural cá em casa e agora uma das grandes preferências do meu filho de 6 meses é a Emeli Sandé, embora esta senhora também já me esteja a levar à loucura.

                                                                                          

 

É também uma revolução cultural que o cardeal patriarca de Lisboa defende como resposta à crise. Como qualquer solução é sempre bem vinda, há que a aplicar em tempo recorde, sem haver lugar a grande morosidade. Foi o que aconteceu no Porto. Assim que foram conhecidas as sugestões de Dom José Policarpo, a Porto Menu, resolveu aceitar o repto e aplica-las de imediato.

 

O veículo foi o seu Guia de Restaurantes, Cafés e Bares. Com ele pretendeu-se incentivar a aprendizagem da gramática portuguesa, partindo de um exemplo simples, curto e simbólico. Na lição disponibilizada pela capa do já referido guia, vê-se a frase “Rio és um fdp” ficando o exercício de análise a cargo de cada um de nós. Há quem pense que tal frase possa ser uma ofensa dirigida ao autarca Rui Rio, mas nada disso. Ela é tão somente um ensinamento que nos permite concluir que  "Rio" é um substantivo próprio que significa um curso de água e o resto são três iniciais, um verbo e um artigo".

publicado por Veruska às 16:05

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Domingo, 6 de Maio de 2012

O desemprego jovem em Portugal... ou como de pequenino é que se torce o pepino


 

Em muitas situações a resolução para os problemas está nas hipóteses mais simples, e não nas mais complexas. Aliás, em muito aspectos da nossa vida quotidiana o que é singelo, sem enfeites, puro ou natural sobrepõem-se em muito ao que é entrelaçado ou denso. Também na forma como se gere uma nação, esta premissa deve ser aplicada pois a sua adequação é quase universal a todas as situações.

 

O primeiro-ministro, Passos Coelho, não negligencia o que atrás foi exposto, pois já por muitas vezes o ouvimos fazer declarações simples, pejadas de inocência quase ocas de conteúdo mas que depressa são compreendidas pela população. Recorde-se a expressão “menos piegas” ou a mais recente “não querer dourar a pílula”. Mas como das palavras se deve passar aos actos, já foram encetados projectos que visam ultrapassar algumas das dificuldades que atravessam o nosso país, nomeadamente no campo do desemprego.

 

Como tem vindo a ser noticiado, o desemprego é um dos grandes problemas actuais do país, tendo o governo português proposto “à Comissão Europeia a atribuição de bolsas que promovam estágios profissionais e empreguem esses estagiários”. Esta medida poderia beneficiar 91 mil jovens sem trabalho, mas para ser levada a cabo necessitará do apoio de Bruxelas, que poderá tardar ou mesmo não se concretizar.

 

De forma a superar de imediato esta situação, o governo decidiu então deixar-se de linguagem simplificada e partir para a acção , tendo as iniciativas começado já na escola do 1º Ciclo do Pontal, em Portimão.  Aqui foram criadas patrulhas de segurança, constituídas pelos alunos cuja missão é “tomar nota do nome dos colegas da escola que apresentam comportamentos inadequados”, promovendo-se assim o desenvolvimento de competências ao nível da observação, interpretação dos factos e “bufaria” preparando-os desde cedo para cargos políticos.

 

Já no ensino secundário se aplicam outras estratégias, mais inspiradas em conceitos como “improvisação”, “desenrasquanço” ou “ilusão” preparando-se os adolescentes para a função de “testa de ferro”. A primeira acção foi levada a cabo por dois jovens que tentaram assaltar a avó de um deles com recurso a um íman, uma serra de 15 cm e uma corda de 1,27 m.

 

Aguarda-se agora com expectativa a abordagem a realizar pelos estudantes universitários, mas estou certa de que estes poderão almejar cargos ainda mais distintos.

 

 

publicado por Veruska às 10:14

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