Uma telenovela é uma série de ficção desenvolvida especialmente para televisão onde se projetam vidas de fantasia com inspiração real que agradam a muitos. Eu também já integrei este grupo, embora desde há uns anos a esta parte que não queira nada com esta arte, não por a considerar menor mas porque prefiro outro tipo de seriado.
Neste tipo de produto televisivo as personagens estereotipadas são especialmente idealizadas para prender o espectador ao televisor, sobretudo no período noturno, depois do noticiário da hora de jantar, ou melhor das “hora de jantar, lavar a loiça e arrumar a cozinha”. O romance, o sexo e até a violência surgem episódio após episódio e se tudo correr bem o mistério que prende qualquer um de nós irá levar-nos lentamente até ao final sem que de misterioso nada aconteça.
Claro que, com o evoluir dos tempos, também estas figuras fictícias se vão adaptando à realidade social, surgindo novos papéis que antigamente seriam impossíveis de imaginar. Refiro o caso das personagens homossexuais; neste momento não há telenovela, série ou filme em que pelo menos não surja um beijinho gay. Também os cenários, o guarda-roupa das estrelas são escrutinados ao máximo e transformados em poderosas armas de marketing geradoras de dinheiro e influência.
Já as histórias da vida real sem pinga de emoção ou segredo começam a ser deixadas para trás. Não interessa se a dívida cresce, se a economia já não está em recessão ou se o Presidente da República promulga os diplomas ou não. Agora o que está a dar é a colagem ao dia a dia. Começou-se pela cena gay – Portas e Assunção Esteves serão homossexuais (???!!! ver foto) – e agora prossegue-se com uma versão pimba do Ministério das Finanças e a sua Fatura da Sorte (desde já recomendo Rita Ferro Rodrigues para a apresentação do sorteio).
Eu enquanto consumidora de produtos televisivos gostaria que fossem um pouco mais longe, para o bem das audiências, claro. E aqui tiro o meu chapéu ao GNR stripper; esse sim, tem um horizonte abrangente e para mim atuava já em horário nobre!
Se fosse eu uma promissora colunista com ânsias de vingar no meio editorial, teria com este texto a oportunidade da minha vida. Vou escrever sobre sexo e mais propriamente sobre o tamanho do pénis, um assunto tantas vezes focado em conversas entre as mais variadas pessoas e tantas vezes acompanhado de risotas, esgares de olhos comprometedores ou tiques nervosos denunciadores de alguma falta de auto-estima.
Como pretendo continuar com a minha modestas linha editorial (repleta de bom gosto e de harmonia literária) desde já indico que a linguagem abusiva irá estar ausente e que qualquer referência pornográfica subjacente ao presente texto será da inteira responsabilidade do leitor.
Já muitos estudos foram feitos sobre o tamanho (comprimento e diâmetro) do pénis, envolvendo uma série de medições de pénis erectos e não-erectos. Muitos são os que se sentem orgulhosos com as suas medidas, mas muitos também são os que receiam estar abaixo da média.
Entre as mulheres o assunto também é discutido sempre de forma bem disposta. Raras não são as vezes em que entre amigas ou conhecidas se fazem alusões à proporcionalidade existente entre a altura de um cavalheiro e o tamanho do seu órgão sexual ou ao volume entre pernas que se vislumbra numas calças mais aconchegadas.
Com o advento da liberdade sexual e da naturalidade com que são abordados actualmente as questões relacionadas com a sexualidade, todos os que são suficientemente esclarecidos saberão que o tamanho de um pénis pouco tem a ver com a satisfação sexual feminina, ao contrário da homossexual masculina (que segundo me tinham dado conhecimento é altamente dependente do tamanho do órgão penetrador). As novas gerações discutem estes assuntos com naturalidade e a tecnologia adaptou-se existindo actualmente no mercado preservativos de vários tamanhos adequados a todos os utilizadores e que são distribuídos gratuitamente em todo o mundo em organismos governamentais, locais de divertimento nocturno e outras instituições.
A par de toda esta informação disponível existem ainda mitos que perduram, como o tamanho dos falos africanos terem um tamanho superior ao médio caucasiano e dos asiáticos, além de amarelos, serem bastante pequenos. Mas há medida que o nível de instrução das populações aumenta, estes mitos vão caindo por terra e todas os desvios à normalidade que se vão encontrando ao longo da vida só servem para confirmar o que é usual ou habitual.
É com base em regras que a sociedade funciona e são elas que em larga medida normalizam a nossa vida. Recentemente tive conhecimento que um europeu caucasiano adjectivou um preservativo disponibilizado gratuitamente num bar gay japonês como de “muito apertadinho e curtinho” informação que tem desencadeado um turbilhão de considerações.
Depois de muito reflexão afinal compreendi que também os homens sabem a verdade – não é o tamanho que interessa, mas sim a habilidade!