Confesso que a ideia de uma saída limpa é totalmente nova para mim. Não é porque não goste do tema da higienização ou mesmo da falta dela, mas o pensamento de se sair deixando um rasto de imaculidade nunca tinha ocorrido na minha mente.
É óbvio que não sou nenhuma porca, até acho que sou muito limpinha. A minha rotina diária de lavagens inclui operações que vão desde o banho à passagem da esfregona, passando por tantas outras. Posso mesmo afirmar que o tema “limpeza” é alvo de grandes reflexões que implicam o estudo de folhetos de supermercados, a análise do quociente custo/efeito de limpeza de muitos produtos e a leitura atenta de outros documentos mais técnicos. Também não acho que deva ser mais esforçada neste assunto. Não quero passar todo o meu tempo ocioso a arrumar a roupa espalhada pelo chão, a aspirar migalhas de tudo quanto é sofá ou cadeira, a limpar os cabelos do lavatório ou a sacudir tapetes.
À medida que o tempo vai passando e a casa acusa o desgaste de três pessoas a habitarem-na e que a minha ansiedade por ver novamente a senhora da limpeza dispara, acabo por optar por uma aspiradela do tapete da sala, por uma arrumadela da cozinha e uma limpeza rápida do lavatório. Estas três pequenas coisas em conjunto com a baixa intensidade luminosa à horas a que saio e a que entro em casa, são suficientes para me provocarem uma sensação razoável de bem-estar e harmonia.
Não sei se será algo semelhante que neste momento passa pela cabeça dos nossos governantes, mas se calhar quando falam em saída limpa, também não é a imaculidade que almejam, mas sim o belo disfarce da porcaria.
. Uma saída limpa... ou ser...
. Uma experiência quase cie...