Segunda-feira, 21 de Julho de 2014

Concentração motard de Faro... ou vamos lá aumentar a natalidade

 

Muito se tem falado da sustentabilidade económica do nosso país e de como os nascimentos são absolutamente necessários para garantir a substituição das gerações. Por cá a coisa não está bem. As famílias debatem-se com extremas dificuldades, a vontade em ter filhos vai diminuindo e a ação de procriação torna-se cada vez mais reduzida.  Mesmo quem os tem, faz questão de discursar no sentido de esperar um futuro brilhante para a sua prole mas fora do nosso país, incentivando os miúdos amorfos, sabe-se lá com que estratégias.

 

Por a taxa de natalidade ser tão reduzida medidas impõem-se. Recentemente o fulcro da questão centrou-se nos impostos. Quem tem filhos deveria ser beneficiado, quem não os tem seria consequentemente prejudicado. Tudo é explicado de forma tão intricada que duvido que algum cidadão, (e eu até tenho um curso superior), consiga perceber e quantificar exatamente o que poderá suceder num futuro próximo. Na realidade duvido que venha a existir algum benefício, embora tenha a certeza que prejuízos não irão faltar.  Curiosamente, no Japão, falou-se em distribuir às famílias preservativos furados; essa sim uma medida controversa, embora no seu âmago fosse levar ao mesmo resultado que as medidas a aplicar em Portugal; até o grau de incompreensão sobre porque é que se ia ter um filho seria o mesmo.

 

Claro que há quem veja mais além. Quem queira trabalhar de uma forma proactiva em prol desta nação. Quem sinta que deva tentar a sua sorte num ambiente de loucura em que se calhar nem há preservativos e se foge aos deveres fiscais. Depois do desfile de motas da concentração de Faro (é verdade fui, ver), ao afastar-me em direção ao carro com o meu filho de 2 anos pela mão, fui abordada por um motociclista. Disse-me para ir com ele no desfile. Sorriu-me, convidou-me várias vezes e ainda me aliciou com o facto de ficar viciada na coisa se experimentasse com ele. Ah, o cheiro da gasolina deixa qualquer um em extâse!

publicado por Veruska às 09:05

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Sexta-feira, 11 de Julho de 2014

Eva Mendes está grávida de sete meses... ou o turismo médico no Algarve

 

 

Acho piada à Eva Mendes. É gira, tem um corpo tonificado, faz uns filmes ligeirinhos e passa a imagem de “gaja cool”. Acho piada quando ela fala português durante as entrevistas (quase jurava que ela seria de origem brasileira e falaria português com sotaque; informação desmentida pela Wikipedia) e o facto de ter 40 anos e ter aquele ar. Descubro hoje que se presume que esteja grávida de 7 meses…7 MESES… e ainda não há confirmação oficial e provavelmente nem barriga proeminente, caso contrário já a história teria “rebentado” nos media.

 

É certo que sinto uma pontinha de inveja. Não é por a sua barriga não se notar aos setes meses, mas sim porque devido a isso, provavelmente a sua barriga também não ser proeminente após setes meses do nascimento do seu filho.  Mas avançando.  Sendo ela uma figura mediática com uma carreira que presumo gerida criteriosamente pela sua agente, gostaria de lhe propor uma oportunidade de ser a protagonista de uma campanha publicitária portuguesa. Acredito mesmo que mais ninguém se terá lembrado daquilo que vou passar a explicar e que quando a SIC descobrir que tenho este talento, rapidamente me escolherá para a versão portuguesa do Lago dos Tubarões.

 

Então é assim. O Algarve desde há muitos anos que é reconhecido pelo seu potencial turístico. As praias  são maravilhosas, a comida fantástica e os portugueses estupendos. Com o advento dos hospitais e clínicas particulares, veio o turismo médico que alia o ócio à cura de patologias a preços apetecíveis sobretudo para quem vem de países onde os seguros de saúde têm custos exorbitantes. Os portugueses têm escapado a esta moda pois o seu arreigo em abandonar o Serviço Nacional de Saúde tem sido enorme, apesar do enorme incentivo por parte da Administração Central. Se no passado, fatores como o aumento das taxas moderadoras, falta de médicos e de enfermeiros, meios de diagnóstico obsoletos  e incapacidade de diagnóstico não foram suficientes para catalisar a mudança, talvez agora com a estratégia de aproximar estes dois mundos, os cidadãos abandonem de vez o SNS e optem por soluções mais elegantes e glamorosas.

 

Com o fecho da maternidade de Portimão, abrem em Faro novas formas de alojamento para grávidas em final de tempo. Agora as grávidas algarvias já pertinho da data de nascimento dos seus filhos e que morem a mais de 100 km de Faro, vão passar as últimas semanas num apartamento perto do Hospital Distrital, se calhar partilhado com outras grávidas ou famílias.  Não acredito que nenhuma grávida de Aljezur ou Vila do Bispo encare isto de ânimo leve e muito menos as suas famílias, mas se Eva Mendes entrasse em ação tenho a certeza que tudo mudaria.

 

Era só começar por alojar a atriz na Arrifana onde ela se deslumbraria com a paisagem natural e teria a oportunidade de andar de reboleta nas ondas, para favorecer o parto, claro, e até poderia ir à Festa dos Pescadores na Lota. Lá para as 36 semanas, contratar-se-ia um transfer para trazer a senhora até Faro onde ficaria alojada. Quando a hora chegasse, era só dar entrada no hospital distrital onde os obstetras com experiência há muito que se sumiram e esperar que tudo corresse bem. Mais uma ou duas campanhas destas e até a maternidade de Faro poderia fechar. 

publicado por Veruska às 12:40

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Terça-feira, 8 de Julho de 2014

O avanço tecnológico... ou mais uma inovação nipónica


 

Por muito que o exercício da liberdade e o direito a ela seja uma realidade inegável, aceito e até compreendo que em prol de um desenvolvimento mais harmonioso com a sociedade que almejamos, um controlo parental mais rigoroso no que respeita à tecnologia que nos rodeia deva ser mais intenso. Isto de deixar um miúdo sozinho num quarto com um computador durante horas intermináveis não é aconselhável.

 

Depois de alguns diálogos, que de fáceis têm tudo, com alguns jovens pré-adolescentes e adolescentes descobri que isto de ludibriar os pais é muito simples. Basta, por exemplo, apagar a luz do quarto enquanto se mantém o tablet ou o telefone debaixo dos lençóis ligado e esperar pelo momento em que o resto da família esteja dormir para então estar descontraído até de madrugada na sua vida virtual. Mesmo quem não tem acesso à informática no quarto me garante que é muito fácil ir para a cama, dormir um pouco, colocar o despertador para as 2 horas da manhã e depois ir para a sala entrar em chat´s e redes sociais, enquanto os pais dormem profundamente.

 

Estando eu ainda no início desta caminhada da parentalidade assumo que a posição radical que tomo de repudiar estes comportamentos de inatividade por parte dos pais, pode mudar a qualquer instante. Mas a ideia de que uma mãe ou um pai, mesmo que inebriados pelo cansaço diário que os leva a dormir um sono merecido, não consiga vislumbrar os sinais de cansaço, falta de concentração, isolamento e o discurso dos professores que os alertam para a situação, soa-me a indiferença. Uma espécie de “longe da vista, longe do coração”, ideia que afasta dos nossos pensamentos coisas menos felizes mas que a longo prazo retorna com uma força ainda maior.

 

Ora no Japão,  este problema também existe e sendo essa uma nação tão centrada em valores (sejam eles bons ou maus) houve quem tomasse uma atitude “com tomates”. Em Kasuga decidiu-se que os adolescentes seriam proibidos de usar os seus smartphones entre as 22 horas e as 6 horas. Não sei como o controle desta imposição será feito, mas sei que de certeza situações de ciberbullying, de falta de empenho na concretização das tarefas escolares ou a privação de convívio em família irão diminuir.

 

Por cá esta medida seria também importante, já que não são só os jovens que sofrem desta adição.  É na figura de um adulto, com responsabilidades políticas que o alerta surge. Narciso Miranda, antigo presidente da câmara de Matosinhos terá recorrido a um esquema ardiloso para conseguir um iPhone 4. Segundo a imprensa, o senhor em causa terá participado um furto de um iPhone 3GS a fim de conseguir o modelo seguinte, mais avançado tecnologicamente.  Fosse ele alvo desta proibição noturna, constataria que não necessitaria de um modelo mais recente, não gastaria tempo a engendrar uma série de crimes e até conviveria mais com a filha sem necessidade de a arrastar para toda esta situação irregular.

publicado por Veruska às 16:14

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Sábado, 28 de Junho de 2014

A minha longevidade... ou as boas novas para mães tardias

 

 

A consciência da minha mortalidade chegou por volta dos 35 anos.  Nessa altura, e não sabendo porquê, percebi que não ia ficar por aqui para sempre. A partir de então, esse é um pensamento, que emoldurado pelo últimos minutos do Sete Palmos de Terra não deixa de me provocar uma nostalgia de algo que ainda é o meu presente.

 

As boas novas vêm com as promessas de longevidade que vou ouvindo por aqui e ali. Recordo, embora sem orgulho, dos ensinamentos do Dr. Oz e do seu colega Dr. Royzen que me levaram a enveredar pelo caminho dos multivitamínicos agora tão caídos em desgraça e dos cânticos em sânscrito das aulas de swhastya yoga que prometiam ondas de bem estar que perdurariam durante horas, essenciais para prolongar o nosso estado jovial.

 

Se dos cânticos me livrei logo após a primeira sessão (confesso que nesse dia a minha imagem idiota refletida pelo espelho, sentada, a bater palmas e a cantar coisas incompreensíveis esforçando-me por me concentrar na vibração dos sons enquanto pagava uma pipa de massa para lá estar, foi avassaladora), já no que diz respeito às vitaminas foram necessários vários anos e vários médicos para que a luz invadisse o meus espírito. Mas surge agora mais uma boa nova. Parece que mulheres que engravidaram de forma natural mais tarde na vida, poderão possuir genes que lhes permitirão viver mais anos.

 

Eu sabia ou melhor, a minha intuição já estava na posse desta informação quando recusei fazer uma histerectomia umas duas semanas antes de engravidar. Haveria um plano quase divino (e ponho aqui o quase, porque de Deus não quero saber nada) de me manter neste planeta durante o período de tempo mais longo possível.

 

Espero agora serenamente pelos meus 85 anos, altura em que o meu filho de 45, já deve ser autossuficiente e que a reforma já estará próxima. Espero depois viver até aos 150 e gozar os meus últimos anos numa ilha paradisíaca com as poupanças de uma vida (de funcionária pública, claro).

 

publicado por Veruska às 14:23

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Segunda-feira, 19 de Agosto de 2013

O segredo está em observar a natureza... ou como por vezes já uso tampas de cor diferente para fechar as caixas tupperware

 

 

A minha experiência da maternidade deve-se muito à descontração, aos médicos, mas sobretudo àqueles que me rodeiam.  Ainda me recordo do meu grito de ajuda algo silencioso que ao ser entendido apenas por uma pequena minoria, quase que fez com que a minha imagem de perfeição caísse por terra.  “Eu não percebo nada de bebés” ou “sei lá o que fazer com eles” ou ainda “sempre excluí esses seres da minha vida” foram expressões que desencadearam nas pessoas das minhas relações (sexuais e não sexuais) um esgar semi sorridente e com algo de preocupante.

 

Depressa aprendi que tinha de ler livros, ou não fosse eu uma teórica. Do Dr. Oz ou dos pediatras famosos que aparecem na televisão depressa me fartei e quando já quase desistia da empreitada lá me recomendaram os livros do Dr. T. Berry Brazelton. Esse sim, iria de encontro à minha filosofia.  Depois do aval do próprio pediatra do meu filho (quiçá tão da velha guarda como o próprio Braselton) resolvi vender todos os outros livros sobre maternidade que tinha em casa e centrar-me no meu calhamaço de várias centenas de páginas. Foi uma boa decisão. Não tenho problemas com o sono do miúdo, com a sua alimentação e até já consegui poupar algumas idas ao pediatra só porque o miúdo chora sem razão aparente.

 

Claro que existem ainda situações em que o livro não ajuda, mas para isso lá me vou baseando no meu instinto que afinal tem muito de maternal e naquilo que aprendi ao longo da minha vida académica e profissional. Tudo o resto, ou cai no domínio do improviso ou no da observação de quem me rodeia.

 

E é aqui que entra a família de cinco, com ar perfeito que consegue monopolizar as educadoras e auxiliares do infantário do meu filhote. Basta só chegar o betinho das calças de pregas azuis celestes, com camisa a condizer e sapatos de vela, que todas as atenções se focam nele. À medida que vai dizendo bom-dia larga uma ou outra laracha sobre os três filhos (idades entre 1 ano e talvez 5) permitindo-lhe uma saída monumental do estabelecimento deixando todas as meninas que lá trabalham no estado semi-orgástico.

 

Nesse estado semi-orgástico fiquei eu, no dia em que vi a família inteira num centro comercial. Um dos filhos no carrinho, os outros a correr, a mãe totalmente descabelada a tentar controlá-los e o pai com um tabuleiro de cafés tentando não perder nenhum dos seus descendentes.

 

Agora sei que não interessa sermos perfeitos. Também sei agora que se já não insistir em fechar as caixas tupperware com as tampas da mesma cor, ninguém se vai importar com isso.

publicado por Veruska às 15:59

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