Terça-feira, 8 de Julho de 2014

O avanço tecnológico... ou mais uma inovação nipónica


 

Por muito que o exercício da liberdade e o direito a ela seja uma realidade inegável, aceito e até compreendo que em prol de um desenvolvimento mais harmonioso com a sociedade que almejamos, um controlo parental mais rigoroso no que respeita à tecnologia que nos rodeia deva ser mais intenso. Isto de deixar um miúdo sozinho num quarto com um computador durante horas intermináveis não é aconselhável.

 

Depois de alguns diálogos, que de fáceis têm tudo, com alguns jovens pré-adolescentes e adolescentes descobri que isto de ludibriar os pais é muito simples. Basta, por exemplo, apagar a luz do quarto enquanto se mantém o tablet ou o telefone debaixo dos lençóis ligado e esperar pelo momento em que o resto da família esteja dormir para então estar descontraído até de madrugada na sua vida virtual. Mesmo quem não tem acesso à informática no quarto me garante que é muito fácil ir para a cama, dormir um pouco, colocar o despertador para as 2 horas da manhã e depois ir para a sala entrar em chat´s e redes sociais, enquanto os pais dormem profundamente.

 

Estando eu ainda no início desta caminhada da parentalidade assumo que a posição radical que tomo de repudiar estes comportamentos de inatividade por parte dos pais, pode mudar a qualquer instante. Mas a ideia de que uma mãe ou um pai, mesmo que inebriados pelo cansaço diário que os leva a dormir um sono merecido, não consiga vislumbrar os sinais de cansaço, falta de concentração, isolamento e o discurso dos professores que os alertam para a situação, soa-me a indiferença. Uma espécie de “longe da vista, longe do coração”, ideia que afasta dos nossos pensamentos coisas menos felizes mas que a longo prazo retorna com uma força ainda maior.

 

Ora no Japão,  este problema também existe e sendo essa uma nação tão centrada em valores (sejam eles bons ou maus) houve quem tomasse uma atitude “com tomates”. Em Kasuga decidiu-se que os adolescentes seriam proibidos de usar os seus smartphones entre as 22 horas e as 6 horas. Não sei como o controle desta imposição será feito, mas sei que de certeza situações de ciberbullying, de falta de empenho na concretização das tarefas escolares ou a privação de convívio em família irão diminuir.

 

Por cá esta medida seria também importante, já que não são só os jovens que sofrem desta adição.  É na figura de um adulto, com responsabilidades políticas que o alerta surge. Narciso Miranda, antigo presidente da câmara de Matosinhos terá recorrido a um esquema ardiloso para conseguir um iPhone 4. Segundo a imprensa, o senhor em causa terá participado um furto de um iPhone 3GS a fim de conseguir o modelo seguinte, mais avançado tecnologicamente.  Fosse ele alvo desta proibição noturna, constataria que não necessitaria de um modelo mais recente, não gastaria tempo a engendrar uma série de crimes e até conviveria mais com a filha sem necessidade de a arrastar para toda esta situação irregular.

publicado por Veruska às 16:14

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Sexta-feira, 6 de Setembro de 2013

Gosto de Ciência e Tecnologia...ou "Não. São só spotter's!"

 

 

 

 

 

É ao som ritmado de umas guitarradas de título Down the Hillside que descubro um título maravilhoso - É uma teia, um fungo ou um bicho? – acompanhado de uma fotografia enigmática que pretende representar uma “coisa desconhecida” encontrada na Amazónia Peruana por um estudante do Instituto de Tecnologia da Geórgia.

 

Os vários cientistas que têm tido acesso às imagens captadas avançam hipóteses como “uma teia, uma espécie de casulo em construção, uma aranha ou até um fungo”, mas nada de conclusivo surgiu até agora. O mistério continua e será necessário analisar em mais detalhe as estruturas encontradas.

 

A observação é a acção primordial do método científico. É após a constatação dos fatos, que se montam as hipóteses, se verifica a sua plausibilidade e por aí fora. É este pensar científico que pauta grande parte das minhas atividades ociosas. Confesso que tenho um particular gosto pela elaboração das hipóteses, mas isso nunca me impediu de aplicar em toda sua extensão este tipo de metodologia.

 

Também eu gosto de participar em novas experiências, descobrir novos mundos e encontrar seres diferentes. Desde há cerca de 3 semanas que procedo à observação de aviões. Gosto de os ver descolar e aterrar. Observo a forma como se fazem à pista e avalio o tempo que demoram a imobilizarem-se. As manobras em terra também são escrutinadas, o barulho dos motores avaliado. Não lhes tiro fotos, não aponto a sua matrícula e pouco me interessa a sua origem ou destino.

 

Mas após muitos Ryanair’s, Easy Jet’s e outros que tais, a minha acurada observação científica desviou-se para terra deixando o ar para segundo plano. Tal como o jovem estudante de tecnologia, também não sei que seres são esses que partilham comigo o planalto de terra batida sob sol abrasador. Serão meros curiosos, pessoas que sentem o apelo da tecnologia ou simples autóctones em pausa…Para já, mantém-se o mistério!

 

publicado por Veruska às 15:56

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Quinta-feira, 22 de Agosto de 2013

Sincronização automática… ou um i-phone roubado em Ibiza

 

 

Sempre achei curioso como factos aparentemente desconexos podem estar na origem de fenómenos semelhantes. No auge deste blog, deparei-me por diversas vezes com esta causalidade que mais parecia casualidade alimentando a minha necessidade contínua em imaginar estórias absurdas.

 

Algumas das vezes transcrevi-as para o word (abomino escrever em papel), outras verbalizei-as durante monólogos repletos de plateia e outras ainda foram esquecidas para sempre.  Ontem, ao longo de uma demorada caminhada por entre flamingos, patos e espelhos de água repletos de reflexos mais uma vez refleti sobre o que poderia ligar Sixto Rodriguez (cantor) a Hafid (ladrão de i-phone).

 

Sixto Rodriguez é só a minha mais recente paixão musical. Músico comparado por especialistas a Bob Dylan e segundo algum deles, muito melhor do que este último, não conseguiu o tão almejado sucesso. Lança dois álbuns no início da década de 70, mas devido a causas que não se conseguem descortinar, a fama nunca chegou, e Rodriguez acaba por voltar à sua profissão original de trabalhador não qualificado na construção civil.

 

Mais ou menos por essa altura, e também sem se saber muito bem como, os discos de Rodriguez atingem um sucesso estrondoso na África do Sul, embora nem o próprio nem os produtores/editores tenham conhecimento deste fenómeno. Vivia-se em plena época do apartheid e pelos vistos as letras das canções como Sugar Man ou Cold Fact incitavam à liberdade e atiravam para a sarjeta ideias de segregação.

 

Só muitas décadas depois e quase a entrar no novo milénio é que se dá de caras com o próprio Sixto Rodrigez, homem humilde, interventivo na comunidade, doutorado em filosofia e algo esquivo (isto na minha modesta opinião e apenas baseada no documentário Searching for Sugar Man). Foi difícil encontra-lo. O senhor não construiu a sua vida nas redes sociais, não aparecia nas revistas… não era uma celebridade. A partir do momento que é redescoberto, primeiro a África do Sul e depois o resto do mundo querem-no.

 

Já Hafid é apenas um moço do Dubai que o ano passado decidiu roubar um i-phone em Ibiza durante uma noite, quiçá estrelada.  Dos seus dados pessoais sabemos pouco e nem sequer conseguimos descortinar se gostará de cantar ou escrever poesia. Sabemos sim, que gosta muito de tirar fotografias com o seu i-phone roubado. Fotografias sozinho, acompanhado pelos amigos; de chinelos, de calças de ganga, etc, etc. Também sabemos que ele é burro que nem uma porta e nem de tecnologia deve perceber. O seu telemóvel está sincronizado com o Dropbox da legítima dona, que por essa razão recebe todas as fotos que com ele são tiradas.

 

E é aqui mesmo que reside o ponto de contacto entre Rodriguez e Hafid – a sincronização. Ambos são alvo de uma simultaneidade de acontecimentos embora a velocidades diferentes. Para Rodrigez, esse sincronismo foi muito lento, demorando décadas até que a sua obra fosse reconhecida estando agora a recuperar todo o tempo perdido à laia de herói incompreendido de quem corria o boato de que se teria suicidado em palco. Já para o mocinho do Dubai, a sua história é divulgada quase em tempo real e ele é já um anti-herói  – classificação que lhe assenta como uma luva.

publicado por Veruska às 14:56

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Domingo, 15 de Abril de 2012

A Nokia já não é líder de mercado... ou porque é que ninguém avisa José Ramos-Horta!?!??


 

 

Ainda recordo, embora sem saudosismo, os tempos em que a Finlândia era um país para o qual devíamos de olhar de forma inspiradora. O primeiro-ministro, José Sócrates, não se cansava de elogiar os bons exemplos finlandeses e de insinuar que muitos deles deviam ser copiados pelo nosso país.

 

            Uma das áreas que mais o impressionou foi o sistema de ensino finlandês sobretudo no que dizia respeito às Tecnologias de Informação e Comunicação. A sua inspiração levou mesmo ao delineamento do Plano Tecnológico, que passou a ser uma prioridade para o nosso país e com o qual se pretendia, na altura, modernizar Portugal. Esse plano era constituído por medidas que distribuíam por três eixos – Conhecimento, Tecnologia e Inovação – e tinham como público-alvo os cidadãos, as empresas, a administração pública e o ensino e formação.

 

            Não é o objectivo deste post, insinuar sobre os resultados alcançados com o programa, nem sequer sugerir que o despesismo associado a muitas das medidas foi omisso. O que pretendo é constatar, que mais uma vez, existem acontecimentos que apesar de aparentemente desconectos, revelam que nada no Universo acontece por acaso.

 

            Hoje sou confrontada com a notícia de que a Samsung substitui a liderança de 14 anos da Nokia, no mercado móvel.  Este facto por si só não constitui nenhuma admiração para quem já sabia que a Nokia tinha perdido o mercado dos smartphones e que apenas era líder à custa dos seus produtos de gama mais baixa.  O curioso aqui, é constatar que aquela que outrora foi considerada uma empresa de elevado sucesso oriunda de um dos países mais prósperos do mundo está quase ao nível de “lixo”, fazendo valer o princípio de Lavoisier “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

 

            Mas mais curioso ainda é descobrir que o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, se irá deslocar em breve a Timor-Leste para apoiar este país a desenvolver um Sistema de Segurança Social, esperando os timorenses “recolher ensinamentos da experiência portuguesa”. Eu acho que alguém devia avisar José Ramos-Horta de que correm rumores da insustentabilidade da nossa Segurança Social, não vá ele arrepender-se no futuro de ter seguido o nosso modelo.

publicado por Veruska às 18:43

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Sábado, 11 de Julho de 2009

A Bimby e o esperma artificial... ou como já não existem homens como antigamente

A Tecnologia e a Ciência têm registado avanços durante a minha existência que jamais pensaria serem possíveis quando era uma mera adolescente. Estes avanços têm acontecido a uma progressão exponencial e neste momento (altura em que me preparo para uma viagem à capital tecnológica do nosso planeta) já nada me espanta. Não se pense que este discurso encerra nas entrelinhas uma postura que poderia ser classificada como de “Velho do Restelo”. Pelo contrário sou uma acérrima defensora da Tecnologia, que nos traz comodidade e conforto para à vida quotidiana.
 
Desvantagens também as há, embora sejam cada vez menos. Hoje em dia existem muitos que falam de individualidade, desvalorização do factor humano, vida menos saudável e até destruição do planeta embora considere que estas críticas também já não fazem sentido, uma vez que tudo o que de novo vai surgindo parece ser a solução para a absoluta melhoria das condições de vida das mulheres.
 
            O exemplo clássico consiste na eterna procura do amor e consequente relação duradoura que satisfará ambos os parceiros. Sendo do domínio público que as mulheres são muito mais exigentes do que os homens, foi necessário desenvolver equipamentos especiais que fossem de encontro às suas reais necessidades. No caso dos homens a aposta em novos produtos não foi tão longe, tendo-se ela focado principalmente nas relações homossexuais (em substituição da já velhinha opção de monopólio do telecomando da televisão) e na utilização do GPS (garantindo ad aeternum que jamais em qualquer situação será necessário pedir informações a um estranho).
 
            Actualmente tem-se apostado na polivalência de funções e como existe no ar uma onda de revivalismo, há quem opte por conjugar a utilização de antigos equipamentos com novas soluções que chegam ao mercado. Um dos exemplos é a utilização da já velhinha Bimby. A Bimby é uma máquina multi-funções com a qual se podem fazer um sem número de preparações que incluem molhos, bebidas, massas, sopas e até sorvetes e gelados. A publicidade afirma mesmo que “a Bimby tem capacidade para fazer quase tudo a uma velocidade inacreditável. Pica, rala, corta, bate, amassa, mói, tritura, pesa, emulsiona e cozinha! E...até cozinha a vapor.” Este electrodoméstico que surgiu em 1970 sofreu durante décadas do mesmo síndrome que afectou os Xutos e Pontapés – Síndrome “Muito à Frente no Seu Tempo” – mas finalmente o seu reinado instalou-se.
 
            Quem utiliza a Bimby sabe logo desde início que ela se paga a si própria ou seja o retorno do investimento (pouco menos de 1000 €) é facilmente atingido pois passará a confeccionar-se em casa o seu próprio açúcar em pó tipo Icing Sugar, pão ralado e limonadas. Esta máquina também tem a vantagem de ajudar na preparação de comida saudável, sem paladar e “pouco apurada” que afastará qualquer amigo ou amiga de futuros convívios.
 
            Com a Bimby já se conseguia fazer quase tudo, mas nos últimos dias acredito que mais uma nova aplicação terá surgido – a produção de esperma artificial. De acordo com a imprensa, um grupo de investigadores da Universidade Boffins terá produzido esperma a partir de células estaminais. Estas células são em tudo semelhantes às do sémen pois possuem cabeça, cauda, cromossomas e até movimento. No entanto existem já cientistas que duvidam que se trate de verdadeiro esperma ou que funcione como as células humanas, afirmações que me levam a acreditar que a Bimby terá tido um papel preponderante nesta inovação. Todas sabemos que com ela é possível cozinhar uma lasanha à bolonhesa que, tal como os espermatozóides referidos anteriormente, também parece a original, mas que depois de ser provada rapidamente se conclui que ainda é pior que a congelada!
 
publicado por Veruska às 17:55

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