Fonte: ionline
Vítor Gaspar desafia os deputados a apresentarem propostas de cortes nas despesas. Afinal vivem-se momentos de intensa austeridade e o parlamento deverá também ele tentar reduzir a sua fatia de gastos, tal como os restantes portugueses têm feito ao longo destes últimos tempos.
Não tento fazer aqui um exercício de demagogia, mas sim contribuir com sugestões plausíveis, de aplicação muito prática e que estou certa, granjeariam por parte dos deputados e outros trabalhadores da nossa democracia um afeição desmesurada.
1º) Existência de apenas comida vegetariana nas cantinas/bares das instituições públicas
Hoje celebra-se o Dia Mundial da Alimentação e de acordo com os especialistas, “a população mundial terá de mudar totalmente para uma alimentação vegetariana nos próximos 40 anos se quiser evitar uma catástrofe alimentar planetária”. Como o exemplo vem de cima, devem ser os nossos políticos a iniciar esta tão grande mudança.
Ah, claro que quando sugiro a comida vegetariana, não estou a falar de tofu, soja e todas aquelas outras “mariquices” importadas e caríssimas. Refiro-me a uma singela salada de alface, com uma rodela de tomate daqueles meio esponjosos e sem sabor. Poderá acrescentar-se um pouco de curgete de vez em quando, de preferência comprada quando não está em promoção no Continente.
Vamos evitar também o feijão verde que esse também está pela hora da morte. E a rúcula também seria de banir porque é um legume muito chique e conotada com uma certa classe social.
Na área das frutas aconselharia apenas o abacaxi importado da Costa Rica. É das frutas mais baratas por aqui(no Allgarve, leia-se); em dia de promoção consegue ser 1€ mais barato do que as maçãs e as peras.
2º) Incentivar o consumo de peixe-espada preto para os que não conseguem mesmo ser vegetarianos
Isso das cavalas e sardinhas só beneficiam mesmo a saúde de cada um. Quando se pensa em redução de custos o melhor é mesmo promover o consumo de peixes altamente contaminados com metais pesados, como é o caso do peixe-espada, e esperar que os que o consomem desenvolvam doenças mortais e morram enquanto esperam por vagas nos hospitais.
Esta medida além de poupar dinheiro, vai também de encontro ao pretendido pelo ministro Miguel Macedo, visto que em última análise os médicos poderão vir a ter mais disponibilidade para consultar novos pacientes.
3º) Taxar todos os jogos de sorte/azar
À semelhança do que se vai fazer com o Euromilhões, a Lotaria Nacional, a Lotaria Instantânea, o Totobola, o Totogolo e o Totoloto julgo que se deveriam taxar todos os jogos.
Penso que seria importante começar pelos jogos “da batota” dos reformados. Porque não cobrar também a taxa de 4,5% nas apostas de uma “suecada” ou de uma “busca”. E, claro, que aqueles que jogam a feijões também não estariam isentos. Uma percentagem devia ser cobrada e aplicada na sopa diária vendida nas cantinas e bares da Assembleia da República.
E quando tudo falha, porque não rebentar com umas caixas multibanco para arranjar umas notas???!!!!! Mesmo que sejam só de 20 euros, já dão para pagar uns jantares…
Num final de tarde amorfo e sem nada de especial consegui convencer quem comigo partilha cama e mesa a ir ver o segundo capítulo da SAGA Twilight. Gostei de ver o jovem que se transmutava em lobo por “dá aquela palha” e revelava com toda a sua impetuosidade os seus abdominais sem photoshop e a adolescente sofrida pelo amor impossível de concretizar e pela mal disfarçada impotência de resolver o triângulo amoroso em que se envolvera. Mas se haveria qualquer coisa ainda de mais marcante nesse filme era Robert Pattinson, branco como cal, olheiras marcadas e tez amargurada por lhe ter calhado em sorte ser um vampiro com várias centenas de anos preso a um corpo longe de acompanhar a maturidade de tantos séculos.
Não voltei a ter contacto com mais nenhum episódio da SAGA, mas Robert Pattinson voltou a fazer parte da minha realidade cinéfila através de Cosmopolis. O enredo seduzia-me. A ideia de um gestor de topo vaguear através da cidade de Nova Iorque dentro de um carro atraía-me como não consigo explicar. Na sua rota, um Robert Pattinson menos vampiresco, observa a urbe que o rodeava e intui sobre o colapso que se aproximava.
Apesar de ter gostado do filme, este quase faria parte da minha categoria “filmes de cineclube que dá jeito ver para parecermos intelectuais” não fosse ter saído da sala com a sensação de que a inspiração para a interpretação da personagem principal teria estado no ministro das finanças Vítor Gaspar (imposição de Paulo Branco, suponho). A face inexpressiva, a forma pausada de articular as palavras, o “estar à nora” e nunca perder a compostura, etc etc, estava tudo lá.
Finalmente vários meses depois, todo este imaginário leva-me a ansiar pelas 15 horas, altura em que veria o meu Robert Pattinson português falando de forma a que todos conseguissem perspetivar o colapso do império pessoal de cada um. Comuniquei em pensamento para mim mesma – “Estou à espera do meu Cosmopolis”- e tratei de jogar um pouco de Angry Birds para aliviar a tensão.
Ouvi e ouvi. Vi gráficos. Acompanhei as primeiras reações pelos jornais online e pelas redes sociais. Pensei eu que estava à espera do “meu Cosmopolis” mas acho que estive foi à espera de Godot!
Escrevo com ritmo. Quem lê os meus post’s pode concordar comigo ou não, mas não há dúvida de que o ritmo é um dos meus objectivos quando coloco palavra após palavra.
Sei que não sou a única a utilizar esta estratégia. Muitos são aqueles que também a utilizam, seja para cativar leitores ou ouvintes ou simplesmente porque a musicalidade das palavras confere prazer a quem as escreve. Uma das minhas características consiste, sempre que possível, em utilizar grupos ternários de expressões ou palavras para descrever acontecimentos, relatar emoções ou compor frases que pela sua dimensão reduzida necessitam de algum acréscimo.
O ministro Vítor Gaspar também faz parte deste grupo. No último fim-de-semana ouvi-o afirmar “será necessário mudar regras, normas, comportamentos e formas de organização para garantir a persistência e a robustez do crédito público”. Situando-se ele, na hierarquia que regula este país, num lugar muito superior ao meu, fiquei contente por utilizarmos o mesmo artifício e aceito sem discussão que ele use grupos quaternários de palavras em vez da minha modesta opção pelos ternários.
Mas como a superficialidade das palavras não me satisfaz plenamente, depressa analisei a declaração supra-citada e de repente percebi que afinal o ritmo era mesmo o seu objectivo, relegando para segundo plano o conteúdo. As quatro ideias não se complementam mas sim substituem-se umas às outras, elevando quem as pronuncia para a posição de mero intérprete de uma realidade que lhe foge a cada dia que passa.
Hoje, depois de ter tomado conhecimento, de que a Google está a ajudar os chineses a ultrapassar a censura imposta pelo governo, facultando-lhes a informação de palavras alternativas de busca às censuradas, compreendo que afinal o comportamento do ministro Vítor Gaspar, faz parte de um plano que vem sendo revelado muito lentamente, de transformar o governo português no motor de busca semelhante ao Google.
A Google é uma multinacional que tem como produto transacionado o software que possibilite a produtividade online, como o Gmail, o Picasa, o Google Maps, entre outros. Também o governo português se encontra num processo de colagem a esta empresa já fornecendo alguns dos serviços da sua concorrente. Entre eles encontram-se:
Caixa de correio electrónico
Segundo Loureiro dos Santos os “ministros passaram a ser a caixa de correio de Vítor Gaspar”, estando já assegurada uma das maiores funcionalidades associada ao motor de busca. Resta é a incógnita do tamanho disponibilizada por cada depósito postal.
Comunicar e colaborar na web
Exemplifica-se com o caso de Miguel Relvas, não sendo necessário dar mais algum detalhe.
Google tradutor
Este ainda está em desenvolvimento, pois frequentemente não entendemos o que é afirmado pelos membros do governo.
Aguardo com expectativa a divulgação de outros aplicativos, como o navegador, o serviço de mensagens instantâneas ou as ferramentas de redes sociais. Resta saber se também à semelhança da Google, a marca Portugal se tornará a mais poderosa do mundo.
. O desafio de Vítor Gaspar...
. À espera de Cosmopolis......
. Escrevo com ritmo... ou c...
. Uma experiência quase cie...